terça-feira, dezembro 20, 2005

Notícia do ZENIT: Laicidade significa distinção de poderes, não oposição; declara Bento XVI

Laicidade significa distinção de poderes, não oposição; declara Bento XVI
Ao receber as cartas credenciais do novo embaixador da França


CIDADE DO VATICANO, 19 de dezembro de 2005 (ZENIT.org).- Para Bento XVI, a laicidade significa em «sã distinção» entre os poderes, não oposição.

O pontífice discutiu a questão ao receber as cartas credenciais do novo embaixador da França na Santa Sé, Bernard Kessedjian (1943), que até agora era representante permanente da França no Escritório das Nações Unidas em Genebra.

O próprio bispo de Roma fez referência no discurso que dirigiu em francês ao centenário que se cumpriu em 9 de dezembro passado da lei que instituiu na França a separação entre as Igrejas e o Estado.

Com esse motivo, João Paulo II dedicou uma de suas últimas cartas, datada em 11 de fevereiro, dirigida aos bispos da França, a oferecer a visão da Igreja sobre o princípio de laicidade (Cf. Carta por ocasião do centenário da lei de separação entre Estado e Igrejas).

Bento XVI, no discurso que dirigiu ao representante do presidente Jacques Chirac, inspirando-se naquela carta de seu predecessor, declarou que «o princípio de laicidade consiste em uma sã distinção dos poderes, que não é nem muito menos uma oposição e que não exclui a Igreja de uma participação ainda mais ativa na vida da sociedade, no respeito das competências de cada um».

Segundo o Papa, «uma concepção assim deve promover ainda mais a autonomia da Igreja, tanto em sua organização como em sua missão».

Por este motivo, considerou «muito positivo que se dêem encontros de instâncias de diálogo entre a Igreja e as autoridades civis».

«Estou seguro de que isto permitirá fazer que contribuam ao bem dos cidadãos todas as forças comprometidas e que dará frutos na vida social», assegurou.

Código: ZP05121905
Data de publicação: 2005-12-19

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domingo, dezembro 18, 2005

Mais à esquerda do que aparenta

Esta é a realidade, expressa no título: o Partido dos Trabalhadores não deixou de ser socialista para se aliar à direita, às elites, aos banqueiros, ao "projeto neoliberal de FHC, de Bush, da ALCA e do FMI", como gritariam Heloísa Helena, Babá e Luciana Genro. Ainda que aparente ter traído seus "princípios proletários", o PT está é colocando em prática a mais primitiva das técnicas apregoadas por Lênin, a da criação das condições propícias de tomada de poder.


Vejam bem: com o discurso radical contra a propriedade privada, contra o respeito aos contratos, a favor da estatização das empresas, o PT amargou duras derrotas de seu eterno candidato Lula à presidência da República. A mudança de tom era necessária. Não porque o PT mudara, mas para atrair os incautos e, de outra maneira, mais sutil, destilar o veneno marxista em doses homeopáticas. Assim, galgando os degraus do Planalto, Lula mostrou-se mais flexível, e até foi pedido ao MST e à CUT que tolerassem o fingimento do PT fazendo-se centrista. Já no poder, tratou o Partido de desenvolver trabalho dúplice: fortalecia a economia de um modo quase-direitista (notem o quase, pois se direitista fosse, não haveria essa absurda taxa de juros destroçando a classe média, a propriedade privada e a livre-iniciativa, os pilares de uma ordem realmente conservadora); e, por outro lado, aumentava tributos, manipulava o Parlamento com mensalões, aparelhava o Estado, fortalecia os vínculos com Cuba e a Venezuela de Chávez, patrocinava com dinheiro público as passeatas de grupos campesinos em suas desordens de costume, e, em açóes menos visíveis, elogiava ex-guerrilheiros comunistas, subvencionava históricos programas igualitários (pró-homossexuais, pró-aborto, pró-confisco da propriedade rural, v.g.), tudo em consonância com os postulados socialistas.



Se o PT agisse de modo mais explicitamente esquerdista, seria defenestrado dos palácios que ora ocupa. Sorrateiramente, cobriu com um espetáculo um pouco menos vermelho, tal qual cortina de fumaça, a ação típica de seu programa favorável ao totalitarismo.



Agora protestam os extrema-esquerda contra Lula, mas por não entenderem que, no momento presente, o interesse da Revolução é posar de boazinha, melhorar a saúde financeira das empresas (quem quer tomar para si sociedades instáveis e sem lucratividade?), aparentar certo direitismo. O PT age à moda de Gramsci e Lênin, e não como os juvenis Mao e Che. É, assim, mais comunista (e traiçoeiro) do que os PSTU, P-SOL e PCOs da vida! O PT não se corrompeu por causa da direita. Apenas colocou as unhas de fora, teimando no esquerdismo que não pensa ser corrupção nada que o Partido sancione como justo, pois, conforme a máxima gramsciana, tudo é permitido ou proibido, virtuoso ou criminoso, somente segundo o que define sua própria cartilha.


quarta-feira, dezembro 07, 2005

A defesa de Jasna Gora


Comemoramos, em 2005, os 350 anos da defesa militar de Jasna Gora. Naquela ocasião, invadindo os suecos a católica Polônia, não puderam vencer os que se enclausuraram nesse famoso santuário marino, o qual abriga o ícone da Virgem de Czestochowa, tão venerada pelo saudoso João Paulo II.


Jasna Gora, convertida de igreja em fortaleza intransponível ao invasor, representa o coração da pátria polonesa. Em toda a sua gloriosa história, soube a Polônia manter, ao mesmo tempo, sua característica nacional eslava e sua fidelidade à Sé Apostólica. Ao contrário de sua poderosa irmã Rússia, pôde, com parte da Ucrânia (seja de rito latino, seja greco-católico) e minorias de outros países do Leste Europeu, continuar o autêntico eslavismo sem, com isso, renunciar à fé católico, apostólica, e romana.


A histórica defesa de Jasna Gora, outrossim, evoca fatos semelhantes protagonizados pelo espírito polonês: a resistência aos czares e seus apaniguados da cismática Igreja russa, mal-chamada ortodoxa; a célebre Batalha de Legnica, em 1241, em que a Polônia deteve a invasão do exército mongol que se precipitava sobre a Europa; a contribuição de Pawel Wlodkowic na formação de um sadio Direito Internacional, baseado na soberania dos Estados, na dignidade da pessoa humana, na fraternidade entre os povos, e nas diretrizes católicas e humanísticas da doutrina social da Igreja; o incentivo à unidade entre Roma e os cristãos eslavos e bálticos de rito oriental, que, sem deixar seus costumes, sua disciplina e sua liturgia próprios, aceitaram a autoridade do Papa; e a esplêndida vitória cristã contra os turcos otomanos, comandada pelo rei polonês João III Sobieski, em 1683, a qual fez recuar, por anos, a ameaça bélica muçulmana sobre a Cristandade.


É dessa Polônia aguerrida e fiel, dessa Polônia de Sobieski e de Legnica, dessa Polônia da União de Brest, dessa Polônia do Cardeal Wyszynski, inimigo capital do marxismo, dessa Polônia de Jasna Gora que, enfim, recordamos as virtudes. Vítima dos infiéis e dos cismáticos, e, em boa parte do século XX, também dos comunistas, resistiu firme às tempestades, como um símbolo da Igreja indefectível cuja fé molda sua nação. A Polônia de Karol Wojtyla, primeiro de sua raça a ocupar o trono de São Pedro, só conseguiu sobreviver a tantos percalços (especialmente a ocupação nazista e a ditadura socialista) por sua inquebrantável fidelidade a si mesma, à sua identidade católica. Patriótica, convicta de seus valores, não sucumbiu ao pensamento moderno, e alimenta o progresso com a tradição.


"Queremos ver a Europa baseada na ética cristã." (Maciej Giertych, deputado polonês ao Parlamento Europeu) Esta a aspiração polaca. A mesma que impede o avanço das modas contrárias à alma do Velho Continente, que caminha a passos largos em outros países. "Os efeitos do conservadorismo religioso na Polônia foram sentidos em 2003, durante a redação da Constituição Européia, quando Varsóvia argumentou que o preâmbulo deveria fazer menção à herança cristã da Europa." (Graham Bowley; Herald Tribune)



Somente assim segue indestrutível como o santuário de Jasna Gora, dizendo um retumbante "não" aos que lhe querem impor a união homossexual, o aborto, e o laicismo da União Européia contemporânea. Hoje, como dantes, a Polônia não defende só a si. A Polônia é o forte que defende a própria Europa daqueles que a tentam desfigurar.

domingo, novembro 27, 2005

El P. Marcial Maciel, L.C. cumple hoy 61 años de sacerdocio

El P. Marcial Maciel, L.C. cumple hoy 61 años de sacerdocio

Hace 61 años, Mons. Francisco González Arias, ordenó sacerdote al P. Maciel en la Basílica de Nuestra Señora de Guadalupe.

México, 26 de noviembre de 2005. El P. Marcial Maciel, L.C. fundador de la Congregación de los Legionarios de Cristo y del Movimiento Regnum Christi, cumple hoy 61 años de sacerdocio.

Hoy, hace 61 años, Mons. Francisco González Arias, entonces obispo de Cuernavaca, ordenó sacerdote al P. Maciel en la Basílica de Nuestra Señora de Guadalupe, en la Ciudad de México. La Legión de Cristo tenía, entonces, tres años de vida y contaba con un puñado de seminaristas menores. Hoy, esta realidad se ha desarrollado en 18 países en los que desempeñan su labor más de 650 sacerdotes.

El 25 de noviembre de 2004, en la Basílica de Santa María la Mayor, en Roma, se firmó el decreto de aprobación oficial de los Estatutos del Movimiento Regnum Christi. El acto se llevó a cabo en la misa celebrada por Mons. Franc Rodé, CM, Prefecto de la Congregación para los Institutos de Vida Consagrada y las Sociedades de Vida apostólica, cuando ordenó a 59 sacerdotes legionarios de Cristo.

Damos gracias a Dios por el don de Dios en el sacerdocio del P. Marcial Maciel, L.C. y nos unimos en oración pidiendo que nuestro Señor lo continúe bendiciendo en su vida y labor apostólica.

domingo, novembro 13, 2005

Cristo Rei ou Anti-Cristo?




A tarefa dos cristãos é, além de sua santificação pessoal, a dilatação da fé pelo apostolado, fazendo com que todos os homens, livremente, rendam suas almas a Cristo. Para que isto ocorra, se lhes junta outra missão, inafastável sobretudo nestes tempos de ódio à religião e à virtude: a recristianização da sociedade, a ser desempenhada, segundo o Concílio Vaticano II, principalmente pelos leigos, os quais devem, "por própria vocação, procurar obter o Reino de Deus gerindo os assuntos temporais e ordenando-os de acordo com Deus." (Constituição Dogmática Lumen Gentium, 31)


Não só os homens, mas também as sociedades dignas de sua identidade católica, e os Estados que as dirigem, devem obedecer a Deus, embora isso possa soar intolerante e anacrônico em face dos modernos (ainda que ilegítimos) princípios do laicismo, relativismo filosófico e religioso, e separação radical entre trono e altar - que na Europa começa a dar novas provas de sua perversidade, e no Brasil ensaia, mesmo com atraso, seus primeiros grandes passos com a legalização criminosa do aborto, as tentativas de silenciar injustamente a voz dos Bispos, a imposição do "casamento" gay contra a lei natural e os costumes de nossa gente, e a campanha pela retirada dos crucifixos no Judiciário gaúcho. O Papa Pio XI, instituindo a solenidade de Cristo Rei, em 1925, expressava seu autorizado ensino: "A celebração desta festa (...) constituirá também uma admoestação para as nações de que o dever de venerar publicamente Cristo e de Lhe prestar obediência diz respeito não só aos particulares, mas também aos magistrados e aos governantes." (Encíclica Quas Primas, 33) Há um Reinado Social de Jesus Cristo - conforme a expressão do Cardeal Pie e consagrada no Magistério eclesiástico -, reflexo do Reino dos Céus e daquele estabelecido nas almas, e portanto "erraria gravemente quem subtraísse a Cristo-Homem o seu poder sobre todas as coisas humanas e temporais" (Pio XI, op. cit., 15). Seu Reino não é deste mundo (cf. Jo 18,36) porque vem do céu, não sendo limitado pelas vicissitudes terrenas: o texto joanino não pode ser pretexto, porém, para invocar uma realeza exclusivamente espiritual. O ser humano é espírito e matéria, alma e corpo: no cristão, Jesus é Rei de ambos e da sociedade onde vive.


Discordante dessa verdade, há o liberalismo sanguinário do século XIX, ainda muito forte, nascido da vaidade e do orgulho, e que se origina na Revolução Francesa e se espalha mundo afora em distintas ramificações: anticlericalismo, indiferentismo, relativismo, absolutização das democracias, e todas as formas de totalitarismos modernos (nazismo, fascismo, comunismo, socialismo), bem como a ideologia dos atuais politicamente corretos. Inimigos do Reinado Social de Cristo sobre a ordem temporal - que não se faz ignorando o Estado, como poderiam acusar alguns; pelo contrário, respeitando-o e reconhecendo sua independência e soberania no campo que lhe é próprio, a gerência dos negócios civis, mas submetendo-o a Deus -, esses que Leão XIII denominou "a peste de nossa época" (Encíclica Annum Sacrum) constituem-se sob o estandarte de quem se coloca contra Deus. São os mesmos que bradam no Evangelho: "Não queremos que ele reine sobre nós." (Lc 19,14)

Importa aos católicos assumirem seus lugares na tropa que milita pela autêntica Civilização da justiça, da paz, da concórdia, da harmonia social, da hierarquia, da ordem e dos valores, sob o comando de Cristo Rei, cuja festa litúrgica, no último Domingo do Tempo Comum, este ano em 20 de novembro, celebramos, unidos a Bento XVI, com renovado entusiasmo.

sexta-feira, novembro 11, 2005

terça-feira, novembro 01, 2005

sábado, outubro 29, 2005

Laicismo e laicidade



Em 1905, promulgava-se em França perniciosa lei anticlerical, pretendendo que os leigos, e não mais o Papa, elegessem os Bispos, instituindo associações culturais no lugar das Dioceses, confiscando os bens eclesiásticos a pretexto de separação entre Igreja e Estado, e também, invocando o mesmo motivo, acabando, na prática, com a educação religiosa confessional. Era a vitória do laicismo, programa de feições liberais que estabeleceu sua sede no país outrora denominado “filho primogênito da Igreja” e cujo chefe de Estado goza até hoje do título de Primeiro Cônego Honorário do Cabido de São João do Latrão, a catedral do Sumo Pontífice em Roma.

Importa diferenciar os termos e precisar as expressões. Quando a doutrina católica se opõe à separação entre Igreja e Estado não está a canonizar a confusão entre os dois entes nem a defender a subordinação direta de um ao outro. Pelo contrário, sempre foi pacífico entre os melhores teólogos e cristalino no Magistério dos Papas a tese de que, em seus campos próprios – a sociedade espiritual e a temporal, a vida religiosa e a civil –, Igreja e Estado são soberanos e independentes, cada qual exercendo sua máxima e natural autoridade no âmbito que lhes compete. Desse modo, não cabe à Igreja imiscuir-se em assuntos meramente civis nem ao Estado intrometer-se no plano diretamente religioso. Isso é laicidade, é reconhecer a independência das duas esferas.

Muito distinto desse ensino é o laicismo, que pretende não só o reconhecimento dos dois campos, como uma radical separação entre eles. Ora, o homem-religioso também é um homem-súdito, um homem-cidadão, de maneira que extremar tais qualidades é um desrespeito à realidade dos fatos. Se faz parte do dogma católico a sustentação da laicidade – independência e soberania do Estado e da Igreja, com a conseqüente condenação da confusão entre ambos ou da subordinação direta de um a outro –, igualmente verdadeira é a rejeição ao postulado da separação radical. Melhor expressão, a resumir o pensamento eclesiástico, é “mútua colaboração”.

Refutamos, evidentemente, a supremacia direta da Igreja sobre o Estado, eis que a cada um compete a gestão de seus negócios específicos. Entretanto, em uma Nação católica não pode o Estado ignorar os benefícios de uma aliança com a Igreja.

Ao mesmo tempo em que rechaça as indevidas ingerências do plano espiritual no temporal, e deste naquele, proclama a Igreja que uma separação sua do Estado não é sadia. Os extremos devem ser evitados, e uma correta autonomia de colaboração, como vem salientando Bento XVI, se alcança quando os postulados tradicionais católicos em matéria social são implantados. Basta ler, entre outras, a Gaudium et Spes, do Vaticano II (interpretando conforme a Tradição), o Catecismo, a Quanta Cura, do Beato Pio IX, a Quas Primas, de Pio XI, e a monumental Immortale Dei, de Leão XIII, tão esquecida pelos “católicos progressistas” – que, ao invés de defender os direitos de Deus e os interesses de Cristo Rei, fazem pacto com os inimigos da Igreja e, em nome da católica laicidade, propagam o funesto laicismo.

Há 100 anos a França de São Luís IX, de Santo Hilário de Poitiers, de Santo Irineu de Lion, de Carlos Magno, de Santa Teresinha, de São Martinho de Tours, voltava a declarar guerra a si mesma, ao perseguir a Fé Católica que a moldara com Clóvis e Santa Clotilde. Na mesma época, reagiu o povo católico tendo a frente o grande Papa São Pio X, com sua Encíclica Vehementer Nos. Hoje, quando o novo laicismo investe contra a Civitas Dei, proibindo o uso público de sinais religiosos nas escolas (ou tentando o banimento dos crucifixos no Judiciário gaúcho, em nítido contraste com a fé da maioria de nosso povo), impedindo que cristãos preguem sua doutrina moral contra o homossexualismo e o aborto, etc, o que faremos nós?

Distinção, sim, entre Igreja e Estado. Nunca separação. “Não se deve ceder às pretensões de quem, amparando-se em uma errônea concepção do princípio de separação Igreja e Estado (...), tenta reduzir a religião à esfera meramente privada do indivíduo.” (João Paulo II. Discurso ao Embaixador do México à Santa Sé, 24/02/2004)

Unidos ao Papa, é preciso um novo levante! Cordial, pacífico, ordeiro e legal... Mas corajoso, decidido, firme e eficaz!

domingo, outubro 23, 2005

Mais Donoso Cortés

Ainda na onde de Donoso Cortés, mais um texto do gênio hispânico:
Trata-se do livro completo, em espanhol, intitulado Ensayos sobre el catolicismo, el liberalismo y el socialismo.
Boa leitura. Postem seus comentários sobre a obra, por favor.

Sugestão de texto de Donoso Cortés

ADVENIAT REGNUM TUUM!

Texto excelente e muitíssimo lúcido de Juan Donoso Cortés, extraordinário pensador católico espanhol do século XIX. Vale a pena dar uma visitada, salvar, e ler freqüentes vezes. Exposição dos erros modernos em política como conseqüência dos erros em teologia e filosofia, que, mesmo datada de 1852, conserva aquela atualidade própria da sabedoria perene.

http://www.angelfire.com/pq/unica/ideias_donoso_cortes_erros_modernos.htm

Recomendadíssimo!

sábado, outubro 22, 2005

Dica de livro!!!!


Recomendo vivamente! É um livro que tem tudo a ver com nosso blog e nossos ideais!

How the Catholic Church Built Western Civilization
by Thomas E. Woods Jr

domingo, outubro 09, 2005

Paz no campo?

Em vão tentaremos alcançar a paz no campo com políticas que favoreçam os objetivos do MST. Para os militantes desse movimento, paz é sinônimo de abolição da propriedade privada, é a exaltação do tratamento igualitário conforme a ótica de sua cartilha. E para consegui-la, utilizam-se de seus simpatizantes na mídia e no governo, que não causam de bradar quererem o fim dos conflitos agrários.

Mas, de que conflitos falamos? Da legítima reação dos proprietários rurais contra os injustos agressores de suas terras? Ou desses últimos, que, com suas bandeiras vermelhas - decerto marcadas com o sangue de milhões de mártires feitos pela perseguição comunista -, invadem, roubam, queimam e depredam?"A paz é obra da justiça." (Is 32,17) Não teremos paz no campo acabando com a propriedade privada, desapropriando terras produtivas, estabelecendo um sistema confiscatório, punindo quem exercita a legítima defesa de seus bens. A justiça, reza o brocardo jurídico, é dar a cada um o que é seu, no que todas essas medidas, desejadas pelos sem-terra e pelos petistas em detrimento da propriedade, revelam-se injustas, e, pela via do silogismo, incapazes de gerar a paz.

Diz Santo Agostinho que a paz é a "tranqüilidade da ordem." (De Civ. Dei, 10,13) Somente acabando com baderna perpetrada pelos desordeiros do MST, executando medidas graves contra seus líderes, cassando esse iníquo processo de reforma agrária manchado de um socialismo extremamente atrasado, protegendo os proprietários rurais - que geram riquezas e movem a economia nacional -, investindo em políticas públicas que assegurem empregos na agropecuária, teremos uma autêntica paz no campo, obtida "com os princípios e as normas ditadas por Cristo e colocadas em prática com sincera piedade." (Pio XII. Encíclica Summi Maeroris)

Segundo o mesmo Papa, a paz não o resultado do igualitarismo e dos planos de certa esquerda tendentes a destruir o Direito, mas "uma ação moral e jurídica." (Radiomensagem de Natal, em 1943)Essa a verdadeira paz no campo, a única que pode ser aceita pela consciência dos católicos ainda não entorpecidos pelo veneno da Teologia da Libertação, e que desejam manter sua fidelidade às leis justas, à ordem social, ao ensino da Igreja, e ao Santo Padre.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Catolicismo e desarmamento


Sim, a Igreja é a favor da vida. E por isso mesmo ensina, em sua doutrina moral, a licitude da reação defensiva contra o injusto agressor, utilizando-se dos meios adequados e proporcionais, o que inclui o recuso às armas de fogo. Santo Tomás – príncipe dos teólogos, o Doutor Angélico, aquele cujo pensamento a Igreja fez seu, no dizer de vários Papas – já precisava, com sua maestria habitual, a moralidade da legítima defesa ainda com a morte do bandido (cf. S. Th., II-II, q. 64, a. 7), palavras recolhidas pelo Catecismo da Igreja Católica (cf. nn. 2263-2265), documento oficial de referência para a exposição do catolicismo, que não só confirma a tese tomista como a desenvolve.
Nesse sentido, é estranha a posição de parcela do episcopado brasileiro, mediante comunicado da CNBB, recomendando que os católicos votem “sim” no referendo para proibir o comércio de armas no país. Ora, sem armas resta impossível, na prática, a legítima defesa, e, com isso, a conferência dos Bispos fere gravemente o Magistério da Igreja.
Com o máximo respeito a nossos Pastores, e toda a obediência filial que devemos às suas ordens, a esta não poderemos obedecer, pois contrasta com o ensino católico perene.
De si, a CNBB não é instituição divinamente fundada. O papado e o episcopado, sim, foram instituídos por Cristo, porém as conferências episcopais são o que, em termos canônicos, chamamos de personalidades “de direito meramente eclesiásticos”. Assim, não têm autoridade de ensino suas assembléias em moldes democráticos. Possuem valor, claro, mas não reproduzem, necessariamente, a doutrina da Igreja. Noutras palavras, a CNBB é falível. Mesmo o ensino individual de um Bispo – este, sim, de origem divina –, deve ser coerente com o exposto pelo Sumo Pontífice, máximo guardião do depositum fidei.
Já na autoridade de governo, por não ser de instituição divina, não goza a CNBB da mesma, exceto por delegação da Santa Sé, e só para alguns atos. A CNBB não tem autoridade ontológica de governo. Não pode, nesse diapasão, dar ordens que contrariem as do Papa ou as dos Bispos em suas Dioceses, nem que exorbitem dos limites da delegação, ou que fujam do escopo da autoridade propriamente episcopal.
Desse modo, ordens (ou conselhos) da CNBB para entregar armas ou votar “sim” no referendo, são interferências indevidas no campo que não lhe é próprio, extrapolando, inclusive, a autoridade que detém. Além do mais, agindo assim a conferência contraria frontalmente a moral católica!
Entre o que pensa a CNBB (simples “associação” de Bispos, sem autoridade de ensino, com limitada autoridade de governo, falível, sem competência canônica para intrometer-se em tal assunto, e fundada por homens – ainda que piedosos, zelosos, doutos, católicos etc) e o que pontifica o Santo Padre (pois o Catecismo é obra oficialmente aprovada por João Paulo II, e nele há claros argumentos favoráveis à legítima defesa), fiquemos com esta última. Importa crer na Igreja, não nos seus membros, por mais eminentes que sejam; crer o ensino do Papa e obedecer às suas ordens, mesmo que a assembléia geral da conferência dos Bispos diga o contrário.
Veneremos os dirigentes da CNBB que sejam desarmamentistas, respeitemos e amemos os Bispos favoráveis ao “sim”, mas, porque nesse ponto contradizem a doutrina tradicional e histórica da Igreja, resistamos, crentes que este é o melhor serviço que a eles prestamos (por mais paradoxal que pareça), e votemos “não”, permanecendo fiéis ao ensino de sempre, tal qual os Papas sempre expuseram. Eles, os Papas, são a máxima e infalível autoridade magisterial na Igreja Católica!

Conciliação por covardia


A paz não é meio, é fim. E, por ser fim, requer, para que a alcancemos, que nos utilizemos de um meio. Por sua vez, é necessário efetuar uma escolha de qual meio utilizar, é preciso fazer um juízo de valor dos meios disponíveis, elegendo o reputado mais adequado e conveniente.
Como substituímos, nos últimos 70 ou 80 anos, a faculdade de pensar pela incrível e idiotizante capacidade de assimilar e repetir bordões sem sentido, politicamente corretos, e permeados de sofismas, é cada vez mais comum que, com os dados da realidade não raciocinemos. Ao invés de lançarmos mão dessa ferramenta (desconhecida de tantos) chamada intelecto, contentamo-nos com as frases feitas, com os chavões vomitados pelos "formadores de opinião" - geralmente pessoas sem o menor conhecimento do que falam, o que os faz detentores de um formidável poder de proferir imbecilidades.
Nessa esteira, a paz muda-se, na prática, em meio, não mais considerada uma meta. Como é meio, torna-se recurso a ser observado - para fins, às vezes, escusos. Exemplifico. Um assassino investe contra uma adolescente desarmada. A pretexto de ser pacífico, o pai da jovem não a defenderá, inclusive com (proibidas pela burocracia hipócrita) armas de fogo? Se a paz é fim, pode ser alcançada, às vezes, com comportamentos ordenadamente violentos.
Note, leitor: ordenadamente! Quando a paz se converte de fim em meio, até o recurso à justa e ordenada violência (legítima defesa) torna-se condenável... Igual sentido teve a omissão de Chamberlein frente a Hitler. Viu inerte o monstro totalitário avançar sobre a Europa, invocando a paz como desculpa. Melhor fez Churchill: para alcançar a paz - fim -, entendeu a necessidade de eliminar o nazismo pelo conflito bélico. A conciliação pode ser um bem, um ótimo meio de alcançar a paz.
Não obstante, se o pacífico se transforma em pacifista, os maiores crimes e os mais grotescos absurdos viram "toleráveis" para manter um conceito esquisito de paz. Esta, em verdade, é a justiça, é a tranqüilidade na ordem, não a conciliação a qualquer preço. O amor à paz não pode ser sinônimo de covardia.

domingo, outubro 02, 2005

E os direitos da Igreja?


Chega a ser curioso o pensamento de alguns partidários de idéias moralmente liberais, como o aborto, a eutanásia – em voga com o caso de Jeson, o pai que quer a morte de seu filho, Jhéck –, o casamento homossexual etc. Sustentam suas posições, reverberam argumentações, organizam movimentos para defendê-las, procuram captar adeptos, chamam a atenção da mídia para seus projetos, montam passeatas, pressionam aqui e ali, enfim, tornam público o que pensam e ninguém lhes nega o direito de fazê-lo.
Agora, esses mesmos pró-aborto, pró-eutanásia, pró-gay, e pró um monte de outras coisas, reclamam dos que se entrincheiram do lado oposto, mas de um modo tão radical que parecem negar a estes últimos a liberdade de expressarem o que entendem ser correto.
Caso emblemático é o do jornalista André Petry, conhecido escrevinhador que não cansa de dirigir sua coluna semanal em Veja atacando a doutrina católica. O grau do ódio que Petry destila contra a Igreja beira à obsessão. Só ela explica um sujeito dedicar-se quase religiosamente a combater uma idéia que não a sua com a virulência com que faz, sem ao menos respeitar o adversário. Que Petry não compartilhe dos dogmas cristãos, compreende-se; o que me intriga é a hostilidade de seus comentários não à doutrina, senão às pessoas. O alvo do colunista não é a idéia, mas seres humanos que a professam. E mais: descontente com somente desmerecer a Igreja, parte para a apologia de uma tese absurdamente descabida, a de que o catolicismo, simplesmente porque é um conjunto doutrinário que não o seu, deve ser sumariamente proibido de manifestar-se sobre questões relevantes.
Em recente artigo, intitulado “Deixem Jeson em paz”, André Petry tacha a prática da Igreja de “espécie de fascismo divinizado”. Diz que a Igreja Católica tem a tendência de “sempre pressionar” para defender o que o pensa.
Ora, quem é favorável ao aborto pode afirmar isso sem nenhum receio. Muitos irão discordar, alguns dos que discordarem poderão reproduzir suas razões até com certa dose de veemência – entre os quais me incluo, evidentemente –, mas creio que, em geral, por mais que se odeie o aborto e procure-se combater sua prática, respeitar-se-á a pessoa em si que defenda tal crime – salvo razões especiais que justifiquem uma crítica mais acirrada ao próprio indivíduo. Do mesmo modo, quem é favorável à eutanásia, ao “casamento” de homossexuais, à adoção de crianças por pares sodomitas, ao suicídio assistido, goza, a partir da admissão das chamadas liberdades modernas, no mínimo, da tolerância social à sua cartilha.
O mesmo direito de expressão, entretanto, é negado pelo senhor Petry – e, com ele, por outros laicistas – à Igreja. O movimento pró-eutanásia pode dar sua opinião, armar seu circo midiático, introduzir poderosos lobbies internacionais no Parlamento, movimentar deputados simpáticos a seus postulados, escrever artigos jornalísticos sobre o tema, promover simpósios e seminários para convencer os demais da legitimidade da interrupção da vida por motivos “humanitários” etc. Só a Igreja, na estreita visão de Petry, não pode dizer o que pensa. Só a Igreja não pode trabalhar para convencer os demais das suas idéias. Apenas os pró-eutanásia têm esse direito. A Igreja não. Os católicos não fazem parte da nação brasileira? Por que, então, eles não podem expressar suas opiniões sobre tais assuntos?
Não quer a Igreja obrigar os de fora de seu grêmio à aceitação de seu catecismo pela força, nem que todos sejam contrários à eutanásia. O que ela deseja, e isso amparada até pelo constitucional direito de expressão, é tornar público o que pensa, e, mediante essa ação, defender a vida dos pacientes terminais, católicos e não-católicos.

Financiamento estatal da pederastia pública


Boa parte das passeatas sodomitas, eufemisticamente cognominadas “paradas do orgulho gay”, foi financiada com numerário público. Verbas sobretudo do Ministério da Cultura proporcionaram o desfile da imoralidade por nossas avenidas.
Noutras palavras, o dinheiro dos contribuintes, o seu, caro leitor, e o deste escriba, ao invés de servir ao bem comum, subsidiou interesses particulares. Que entes privados e pessoas físicas, identificados com a causa homossexual, patrocinem as tais paradas gays, vá lá. Cada um faz o que quiser com o que ganha – e sofre as conseqüências, claro. Mas o Estado bancar os referidos eventos?
Para sermos bem diretos: as somas que de todos nós arrecada o Estado, e que, por isso mesmo, deveriam ser aplicadas em obras de interesse do povo em geral, destinaram-se à satisfação do desejo de uns poucos grupos. É para isso que pago meus impostos? Para promover o homossexualismo? Até mesmo quem não concorda com a plataforma pró-gay, quem considera a prática da sodomia um pecado, quem é contrário às aludidas passeatas, foi obrigado, pelo Estado (totalitário) controlado pelo PT, a patrociná-las. Pois o dinheiro utilizado pelo Ministério da Cultura veio de todos, não só dos que apóiam a militância homossexual!
Cabe, aliás, a indagação que, óbvia demais, não foi feita. Homossexualismo é agora manifestação de cultura, para ser promovido pelo ministério por ela responsável? No lugar do apoio ao teatro, à dança, à música, às artes plásticas, às festas tradicionais, à literatura, ao folclore, o senhor Gilberto Gil assegura vultosa quantia para que pessoas do mesmo sexo, em coreografias bizarras, se beijem na boca em praça pública?
É moralmente condenável a atitude de qualquer um ao sustentar ações pecaminosas. Entretanto, a liberdade mal usada já não me choca tanto. Terrível, não obstante, é aturar um governo que paga paradas gays com tributos até mesmo dos que a ela se opõem.
O financiamento estatal da pederastia pública é um grave sinal de que a pátria está num caminho tortuoso. E o presidente Lula, responsável por esse absurdo e abertamente comprometido com os movimentos GLS, ainda tem a audácia de se dizer católico – e sem pecado!

sábado, setembro 24, 2005

República Corruptiva do Brasil

Não foi Delúbio nem Zé Dirceu o inventor da roubalheira política. A corrupção parece intrínseca à república brasileira. Desde seus albores, não só o desvio do dinheiro público esteve presente, como também os sobressaltos institucionais, o fisiologismo em nome de uma caricata governabilidade, seis Constituições, a ausência de doutrinas políticas sólidas na maioria dos partidos, a brusca mudança de programas e plataformas (saudada como se sempre fosse uma virtude, a chamada alternância de poder), a confusão entre Estado e governo, os conchavos, as intrigas, as tentativas de assassínio. Sua própria fundação foi um golpe de Estado dos mais dramáticos em nossa História, a ponto de expulsar de sua pátria Dom Pedro II – o maior estadista do Brasil –, proibindo seus filhos de rever a terra que tanto amavam.
Sem o respaldo do povo, a forma republicana foi imposta e consolidada na ponta da espada, por exemplo, com o massacre de Canudos – Conselheiro era louco, mas o que as tropas federais lá fizeram está mais para a carnificina. Só com a linha dura de Floriano Peixoto e Júlio de Castilhos, o novo regime viu-se vencedor, o que a prova que a população não era republicana em sua maioria. Até mesmo o partido que comandou a quartelada não tinha força política suficiente: em vez de promover a transição no voto, o fez de modo autoritário, pois tinha parte do oficialato do Exército sob seu jogo. E justamente quando mais o Brasil crescia, é que seu desenvolvimento foi tolhido por Deodoro.
Dessa maneira mesquinha nasceu, e com ações muito piores tomou corpo. Atentou a república contra a identidade cultural nacional, impondo ao povo cristão a religião positivista – com o temerário lema inscrito no pavilhão nacional, e suas novas Escrituras na Carta Magna tirada do (completamente diferente) Direito americano, e na ditatorial Constituição castilhista do RS. Interesses privados contrapostos levaram a uma sucessiva disputa de poder, na qual rareou a lealdade. Do Café-com-Leite ao Estado Novo e à recente esquerdização do país, quase sempre se saiu vitorioso o bem particular em detrimento do público. Agigantou-se o monstro estatal, e o Brasil permanece no atraso que não conheceu à época do Império.
Só com um Chefe de Estado acima das manobras eleitoreiras e impermeável ao jogo partidário, que consiga liderar a Nação sem dividi-la, e possa ser um líder moral perene – sem ser substituído artificialmente a cada quatro anos –, poderemos ter um Brasil forte. Só com um governo que tenha maioria no Parlamento por mérito próprio – e não por ajustes maliciosos e “mensalões” – é que poderão os brasileiros retomar sua saga de grandes conquistas, seguindo os passos dos heróis da pátria.
Reforma política que se preze não pode deixar de discutir a possível restauração da monarquia parlamentarista no solo brasílico, tão tristemente abatido pelo desgoverno desde o fatídico e inglório 15 de novembro, que certamente deveríamos relembrar com o mais pesaroso luto.

FATOS DE VIDA - Eleições na Alemanha

Inauguro a nova seção "Fatos de vida", que pretendo seja freqüente. Trata-se de uma postagem rápida de frases, expressões e links com curtos comentários, pelo método VER-JULGAR-AGIR, sobre temas instigantes de cultura, política, história e sociedade, que possam servir para uma ação apostólica concreta, e boa formação humanística, espiritual e intelectual dos leitores do blog.
O fato de vida que iremos explorar hoje é a possível indicação de Angela Merkel para o cargo de primeiro-ministro (chanceler) da Alemanha. Merkel é tida, pela opinião pública, como conservadora, e da plataforma de seu partido, a União Democrática Cristã, constam a retomada de uma aliança com George W. Bush, a restauração dos valores culturais cristãos, o combate ao aborto e ao "casamento" homossexual, o incentivo às famílias para que tenham mais filhos, a redução do papel do Estado na economia e na sociedade (com contraste com as tendências pró-socialistas anteriores), entre outras.
VER (descrição do fato; fatos paralelos: casos semelhantes que ajudem a enriquecer o acontecimento comentado; causas que possivelmente deram origem ao fato; conseqüências que este fato teve ou tem sobre a sociedade, a Igreja e a vida particular das pessoas)
* Alemanha, com suas tendências liberais e socializantes (com o apoio dos ideológicos Verdes) mostra-se distante da cultura católica e mesmo do cristianismo de matriz protestante, negando seu passado (Império Carolíngio, Sacro Império Romano Germânico, as relações com a Áustria, país também alemão, e muito católico, etc).
* Sua população parece estar farta da modernidade, do discurso politicamente correto, parece querer retomar sua identidade, o orgulho de ser alemão (sadio patriotismo, sem cair nos exageros do nacionalismo, que, aliás, é também um modo de pensamento moderno, portanto nefasto e negado pelo autêntico "conservadorismo"). Usa a eleição parlamentar como maneira de demonstrar sua insatisfação com o governo liberal-esquerdista, desejando, ao que tudo indica, uma retomada dos valores humanísticos da Alemanha de sempre, dos valores cristãos que a moldaram na Idade Média.
* Há, aliás, uma crescente inclinação européia para certo conservadorismo: a vitória da direita nas últimas eleições municipais na França, o "não" à Constituição da União Européia também na França e mesmo na liberalíssima Holanda, o crescente apoio aos movimentos monárquicos em Portugal e no Leste Europeu.
* A eleição do socialista Zapatero, na Espanha, aparece como uma provável liderança antagônica ao conservadorismo que se vai acentuando.
* O próprio Papa Bento XVI é tido por "conservador", o que mostra que o Espírito Santo talvez esteja preparando os homens para uma grande mudança em nossa sociedade secularizada, laicista e perseguidora do autêntico humanismo cristão.
* Não esqueçamos que o Papa é alemão, e por isso poderá ter excelentes relações com Merkel, e trabalhar para uma real restauração cristã na Alemanha. O partido de Merkel recebe, outrossim, o apoio de outro, a União Social Cristã da Baviera, com sede no Estado do qual o Sumo Pontífice é originário.
* Na América, a reeleição de George W. Bush e o "não" esmagador nos referendos sobre "casamento" homossexual em todos os Estados federados que o promoveram, mostram como a população estadunidense quer mais visibilidade para sua identidade cristã, quer uma sociedade construída sobre os valores do Evangelho, conservadora, tradicional, permeada de cultura humanística e cristã, totalmente contra-revolucionária.
* A Europa atravessa uma crise de identidade, e, com o surto de conservadorismo (também verificado nos EUA, embora a América Latina esteja inclinando-se para a esquerda com Cuba, Venezuela, Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, e, muito provavelmente, o México com a saída de Fox) e resgate de valores tradicionais, aponta buscar um novo caminho. Se agirmos bem, este será o de Cristo Rei. Caso contrário, da morte de uma ideologia (o secularismo, o liberalismo, o iluminismo, enfim, o pensamento moderno), poderá nascer uma nova, pior!
JULGAR (juízos humanos: virtudes ou valores que ajudem a compreender o fato, e possíveis contra-valores; juízos evangélicos: buscar frases da Escritura que iluminem a compreensão do fato)
* O homem tende à verdade, aspira o bem.
* Temos de discernir as etapas da Revolução, na esteira do pensamento de Plínio Corrêa de Oliveira, Donoso Cortés, Joseph de Maistre, Roberto de Mattei, Paul Hazard.
* Dos escombros do Império Romano, moralmente arruinado, surgiu a Cristandade Medieval. Dos escombros da modernidade, surgirá uma nova sociedade católica? Depende de nossas ações apostólicas e do fiel cumprimento de nossos deveres de estado (além, é claro, do cultivo da vida interior, alma de todo apostolado).
* Nosso Senhor disse: "não vim trazer a paz, mas a espada".
AGIR (propostas concretas de apostolado e formação)
* Ler as notícias sobre o assunto.
* Estudar sobre Idade Média e União Européia, principalmente em http://www.veritatis.com.br/
* Buscar uma difusão, nos círculos de amizade, dos valores perenes: pró-vida, família tradicional, propriedade privada, subsidiariedade, dignidade da pessoa humana, relações sadias entre Estado e Igreja, sacralidade das estruturas temporais etc.
* Rezar pela Alemanha, para que a Santíssima Virgem interceda junto a Deus na restauração da sociedade cristã tradicional em tão importante país, sobretudo a partir da eleição de Angela Merkel e sua União Democrata Cristã.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Bento XVI e o julgamento de Boff




Inacreditável seria se Genésio Boff, ex-frei Leonardo, ficasse calado ao saber que o novo Papa é o Cardeal Joseph Ratzinger. Nada mais esperado que ouvirmos suas estapafúrdias e repetidas alegações, tachando o agora Bento XVI de retrógrado, conservador, entre outros adjetivos - fazendo eco aos inimigos da Igreja.
A origem de tanta amargura de ex-Leonardo (ex-franciscano, ex-católico, etc) está no processo que sofreu junto à Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, da qual o Sumo Pontífice gloriosamente reinante, à época cardeal, era o prefeito. De fato, no desenrolar dos procedimentos verificou-se a flagrante contradição entre os ensinos de Boff e a doutrina católica, o que resultou na sua deposição da cátedra, no silêncio obsequioso que foi obrigado a observar, e na condenação a seu livro-panfleto "Igreja, carisma e poder."
Claro que essas penas não foram injustas! Após minuciosa análise das teses boffianas por peritos em teologia, chegou-se à elementar conclusão de que elas não representavam a Fé Católica. Ora, se algo é estranho a uma crença religiosa, é evidente que seja proibido pelas autoridades da mesma de ser pregado por quem se diz pertencente a tal religião. Noutras palavras, o livro de Boff não é católico simplesmente porque... ensina doutrinas não-católicas. Não entendo o motivo de tanto ataque, alarde e insatisfação! Se Boff não tem idéias católicas, não professa o credo católico, não obedece às autoridades católicas, prega doutrinas contrárias à Fé Católica, por que ficou magoado quanto Ratzinger só confirmou tudo isso com seu julgamento, o que o próprio ex-Leonardo já apregoava em seu livrinho? Se Genésio Boff, ex-OFM, crê de modo diferente dos católicos, que funde sua própria igrejola!
Ninguém é fisicamente obrigado a ser católico. Mas os que são devem crer na doutrina em toda a sua integridade. A Igreja não é um supermercado, onde escolhemos o que nos agrada e descartamos o resto (para comprar, talvez, em outro lugar, "mais barato"). Ou cremos em tudo ou não cremos em nada. Ser católico não é rezar orações católicas, ou ter sido criado no catolicismo, ou ir à Missa: ser católico é aderir ao Romano Pontífice, obedecendo suas ordens (por sua suprema autoridade de governo) e crendo em seu Magistério (por sua suprema - e infalível - autoridade de ensino).
Colocar a culpa em Bento XVI pela condenação de Boff é tão absurdo quanto, mutatis mutandis, criticar um juiz que aplica a lei a um bandido. O crime foi cometido por este último; o magistrado só julgou, com base em provas concretas, e o condenou. De igual modo, foi Boff quem pregou doutrinas anticatólicas: poderemos culpar Ratzinger por fazer seu trabalho, por ser fiel à sua função, por condenar quem efetivamente cometeu um erro? O católico errará em observar os ditames de sua religião, restando que o verdadeiro "católico" (um desses "Boffs" da vida) seja quem professa doutrinas contrárias à Igreja Católica?
E não se diga que foi desrespeitada a liberdade de expressão! Boff pode pensar e expressar o que quiser. Mas não cabe, pensando diferentemente da Igreja, aspirar ser católico, pelos motivos já aludidos. Boff e Igreja Católica são excludentes!
O que Genésio quer é aparecer...

Sites recomendados I

Mídia sem Máscara
Maior, melhor e mais visitado portal de informação sem influência da inteligência esquerdista do Brasil. Artigos e estudos contra o desarmamento, a favor da propriedade privada, dos valores judaico-cristãos, da redução tributária, da reforma do Estado baseada em perfis conservadores. Denúncia ao totalitarismo comunista que o PT tenta implantar no Brasil, ao Foro de São Paulo - organização socialista latino-americana -, às táticas gramscianas de infiltração nos diversos espaços da sociedade. Combate ao aborto, à eutanásia, ao MST etc. Articulistas: Olavo de Carvalho, Percival Puggina, Caio Rossi, José Nivaldo Cordeiro, Graça Salgueiro, Daniel Sant´Anna, Peter Hof, Jeffrey Nyquist, Carlos I. S. Azambuja, Lucas Mendes, Rafael Vitola Brodbeck (eu), entre outros.


Percival Puggina
Artigos do grande escritor gaúcho, sobre política nacional, sempre à luz da razão e da Doutrina Social da Igreja. Espaço para colaboradores, entre os quais me incluo; enquetes; "Gafes do Lula"; humor político; cadernos de ação política; pesquisas, dados e documentos. Excelente ferramenta para a integral formação dos católicos e dos homens de boa vontade, e entendimento da crise gerada pela aplicação dos postulados de Lênin e Gramsci no Brasil pelo socialismo auto-gestionário do PT. O autor escreveu um formidável livro sobre Cuba, em que desmonta as mentiras da esquerda sobre o pretenso "paraíso de Fidel".


Veritatis Splendor
Apostolado de apologética dirigido por católicos de vários grupos, Dioceses e movimentos, muitos dos quais ex-protestantes. Respostas às acusações das seitas, maior biblioteca virtual de documentos da Santa Sé em português, debates com protestantes, ateus e espíritas, notícias comentadas, artigos doutrinários, seções variadas: filosofia, história, Direito Canônico, liturgia. Possibilidade de envio de perguntas aos autores, expondo dúvidas sobre a Fé Católica. Convênio com vários sites de apologética europeus e americanos. Autorização para publicação da Revista Pergunte & Responderemos, de D. Estêvão Bittencourt, OSB. Cruzadas, Inquisição, santos, Nossa Senhora, Eucaristia, Santa Missa, aborto, bioética, anticoncepcionais, Papa, infalibilidade pontífica, defesa da doutrina da Igreja frente a vários assuntos polêmicos. Também trabalho nesse site, ao lado de valorosos companheiros.


Zenit
Dirigido pelo Jorn. Jesús Colina, autor de Minha vida é Cristo, livro-entrevista ao Pe. Marcial Maciel, LC, Fundador dos Legionários de Cristo e do Regnum Christi, Zenit é uma agência internacional de notícias ligadas à Igreja. Seu lema é: "O mundo visto de Roma", destacando-se por seu tom marcadamento fiel ao Santo Padre, o Papa, Vigário de Cristo na terra, e à doutrina da Igreja. Assinatura gratuita de seus boletins por e-mail, em vários idiomas, incluindo o português.
Opus Dei
Muito se fala sobre Opus Dei, principalmente após as

asneiras de Dan Brown e seu blasfemo Código Da Vinci (leia mais sobre as mentiras desta obra tola: "O tal 'código' Da Vinci", "A fraude Da Vinci", e a resenha da obra). Pois bem, a resposta às acusações descabidas de Brown e outros estão aqui, no site oficial em português do Opus Dei, uma Prelazia Pessoal, i.e., uma organização oficialmente inserida na estrutura hierárquica da Igreja, com Bispo próprio, em plena comunhão com as Dioceses, e segundo as leis canônicas, o que faz com que os católicos a reconheçam. Site recomendasíssimo!

segunda-feira, setembro 12, 2005

Gabriel Garcia Moreno

Excelente o texto do Pe. José María Iraburu, sacerdote espanhol fidelíssimo ao Magistério da Igreja, grande defensor do Santo Padre, sobre Gabriel Moreno, presidente do Equador no século XIX. Moreno, para quem não sabe, lutou contra os liberais - que queriam afastar a benéfica influência da Igreja sobre a sociedade -, consagrou sua pátria a Cristo Rei, combateu o laicismo militante, fez promulgar uma Constituição afinada com a doutrina social católica, e, por isso, morreu pelas mãos de seus inimigos em frente à Catedral de Quito.

Recomendo vivamente a leitura do mesmo, em tradução terrível de minha lavra, em: http://www.veritatis.com.br/grupo.asp?pubid=11

domingo, setembro 11, 2005

Dom Marcelo Barros e a Fé Católica

Impressionante como algumas pessoas insistem em chamar-se católicas, em continuar no seio formal da Igreja, e mesmo assim professar uma fé diferente da que é pregada pela mesma.
Pior ainda quando essas pessoas são religiosas. E, acontecimento horrendo, é ainda pior quando, além de religiosas, são sacerdotes!
Tal é o caso de Dom Marcelo Barros, OSB, prior do Mosteiro da Anunciação, em Goiás Velho, no Brasil. Reiteradas são suas posições extremamente contrárias ao ensino da Igreja, contra o qual desfere artigos petulantes, desaforados, mal-educados, desnecessariamente agressivos, e recheados da mais pura gnose (igualitarismo, marxismo, zen-budismo, panteísmo, protestantismo, tudo isso numa colcha de retalhos religiosa).
Sua última investida, travestida de teologia, foi uma carta ao falecido Papa João Paulo II, na qual dirige-se ao Romano Pontífice chamando a este pelo atrevido título de "irmão". O Papa, pelo Batismo, é nosso irmão em Cristo, irmão na fé. Contudo, por sua sagração episcopal, torna-se "irmão no episcopado" dos demais Bispos – e Dom Marcelo não é Bispo, mas simples presbítero. Não deixa de ser nosso irmão, mas a qualquer Bispo devemos um respeito que é refletido até mesmo nas regras de cortesia e no trato protocolar. A eles, os Bispos, chamamos "Excelência Reverendíssima", e, se Cardeais, "Eminência". Aos Bispos detentores do título de Patriarca, cabe a denominação de "Sua Beatidade". Não é diferente em relação ao Papa. A ele deve-se respeito até nas palavras, e mais ainda por ser o chefe supremo de nossa Igreja. O Papa é "Sua Santidade" e não um "irmão". Chamando-o assim, Dom Marcelo Barros, OSB, demonstra sua fé igualitária, profundamente gnóstica, o que confirma suas teses marxistas e pseudo-ecumênicas anteriormente defendidas.
João Paulo II publicou uma encíclica, Ecclesia de Eucharistia, na qual exorta contra os abusos litúrgicos, e reafirma a Fé da Igreja na doutrina de sempre: a Eucaristia é presença real de Cristo, e a Missa é o sacrifício de Cristo tornado presente. O título, em latim, significa "A Igreja Vive da Eucaristia", e contra esse documento é que o monge petulante dirige seus ataques.
Dom Marcelo fala verdadeiros absurdos em seu artigo denominado "Eucaristia: comunhão ou ato de exclusão? Perguntas de um monge ao papa". Palavras escolhidas do monge estão em negrito e itálico. Meus comentários estão em fonte normal.
>Será que esta carta não confunde o sinal com a realidade?
Um monge beneditino que parece esquecer as mais basilares lições de teologia católica! O sinal em questão é o sacramento da Eucaristia. Para Dom Marcelo Barros, OSB, a Eucaristia, por ser sinal, não é realidade: é o que ele mesmo diz. Admitir outra interpretação para sua frase seria forçar o sentido que têm as palavras, e contrariar a lógica.
Ora, a doutrina católica é claríssima: sacramentos são canais da graça, sinais visíveis da graça invisível, que realizam aquilo que significam. Atente, caro leitor: o sinal (significado da palavra sacramento) REALIZA o que significa, i.e., TORNA REALIDADE aquilo que significa. Em conclusão, a dimensão de sinal, dimensão sacramental, da Eucaristia, não é antagônica da dimensão real. Tanto o sinal quanto a realidade convivem na definição do sacramento. É pelo sinal que a realidade ocorre, se torna presente. A Sagrada Eucaristia é sinal, mas também realidade; Nosso Senhor Jesus Cristo está REALMENTE presente na Eucaristia sob os sinais aparentes do pão e do vinho. Esses elementos – pão e vinho –, não existem mais depois da consagração, pois as palavras do padre sobre eles os mudaram no verdadeiro e Santíssimo Corpo e no verdadeiro e Preciosíssimo Sangue de Cristo Jesus. Vemos pão, sentimos cheiro e gosto de pão, vemos vinho, sentimos cheiro e gosto de vinho, e isso são meros sinais, é uma aparência. Todavia, além do sinal que nos informam os sentidos, está a realidade de que a Jesus está real e substancialmente presente naquilo que parece ser pão e naquilo que parece ser vinho. Por trás do sinal, a realidade.
Dom Marcelo não entende muito bem a doutrina católica acerca dos sacramentos, nem captou adequadamente a idéia de sinal – talvez fruto de uma defeituosa formação tomista... Dom Marcelo não crê que a Eucaristia, além de sinal, seja a presença verdadeira de Cristo. Para ele, a Eucaristia é mero sinal, mero símbolo da presença de Cristo. Como pretendiam Calvino e Zwinglio, hereges protestantes.
Não é o Papa quem confunde sinal com realidade. É Dom Marcelo Barros, OSB, quem confunde verdade católica com mentira herética, não crendo na presença real de Cristo no sacramento da Eucaristia.
>Não é mais correto dizer que a Igreja vive do amor solidário, serviço (...).
Dom Marcelo quer uma resposta curta? Pois ei-la: NÃO! A Igreja vive da graça, e a graça nos é dada ordinariamente pelos sacramentos. Ora, se a Eucaristia, por ser a presença real de Cristo e a renovação da Cruz – fonte de todos os sacramentos, madeiro no qual Nosso Senhor, ao morrer, conquistou-nos e mereceu-nos a graça –, é o sacramento mais sublime, podemos considerá-la a base da vida da Igreja. O amor solidário, o serviço, são conseqüências da vida da Igreja, e não sua sustentação.
Uma comparação creio caber nesse momento. Todos, pessoas naturais, somos chamados ao amor solidário, ao serviço, ao testemunho da fé, ao apostolado, à vida caritativa, ao desempenho profissional para o sustento de nossa família. Esses elementos é que nos fazem viver? Claro que não! A vida nos é dada pelo alimento, pela comida, pela manutenção da saúde. Aquelas atividades, e todas as outras, são a conseqüência de nossa vida, e não a causa. Porque nos alimentamos, vivemos, e porque vivemos podemos fazer apostolado, trabalhar, servir, testemunhar o amor solidário etc.
A mesma coisa se dá com a Igreja. Ela é chamada ao amor solidário e ao serviço – entre outras coisas, claro, pois a finalidade precípua da Igreja é a salvação e a santificação das almas –, mas não vive disso. Ele deve desempenhar esse trabalho, e para isso necessita se alimentar. O alimento da Igreja é a Eucaristia. Alimentando-se, a Igreja pode praticar o amor solidário e o serviço, tão caros ao crítico monge.
Dom Marcelo – coitado, tão confuso! – não discerne entre causa e efeito. Umas aulinhas de lógica não lhe fariam mal algum!
>Na carta, o senhor cita várias vezes o Concílio Vaticano II e alguns documentos do >magistério romano recente, mas a doutrina ali expressa sobre a eucaristia é a do Concílio >de Trento no século XVI, que o senhor julga ser atual e propõe como referência >dogmática para a Igreja toda (n. 9). Como o senhor está ao par de todo o trabalho >teológico que, nos últimos séculos, tem sido elaborado sobre a eucaristia, deduzo que o >senhor, simplesmente, não acha importante esta evolução. Ao contrário, até na >linguagem, recua em relação ao Vaticano II. Fala do “santo sacrifício da Missa” e não da >Ceia do Senhor, como chama os ministros de sacerdotes e não de presbíteros.
>A teologia é clara: “A missão torna presente o sacrifício da cruz. Não o repete, nem o >multiplica. O que se repete é a celebração memorial” (n 12). Se é assim, será que, hoje, a >linguagem sacrificial ainda é a mais adequada para expressar a verdade do memorial?
Nesses parágrafos, Dom Marcelo contradiz a doutrina católica de um modo frontal, e sem deixar margem para nenhuma interpretação in bonam partem. Alguns de seus erros merecem ser destacados:
1) O referido monge toma o Concílio Ecumênico Vaticano II como uma espécie de super-concílio que desautoriza os anteriores. Ora, antes de qualquer coisa o Vaticano II não foi um concílio dogmático nem pretendeu sê-lo. Suas definições foram pastorais, o que é dito pelos próprios Papas que o convocaram e presidiram – Beato João XXIII, e Paulo VI – e também pelo atual Soberano Pontífice gloriosamente reinante, Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Sendo pastoral, e não propondo dogma algum, nada mais natural que a ausência, no documento atacado por Dom Marcelo, de uma pretensa "doutrina do Vaticano II" acerca da Eucaristia: não há tal doutrina, o Vaticano II não propôs nada acerca dela...
Ademais, mesmo que o aludido sínodo universal declarasse novas formulações dogmáticas, elas em nada poderiam se afastar da Revelação: a doutrina católica não evolui, não muda, mantém-se tal qual nos foi dada por Cristo aos Apóstolos – por isso, diz-se Tradição Apostólica.
"A Igreja Católica e Apostólica não muda. A Revelação foi toda feita até a morte do último Apóstolo, São João. Nada mais é acrescentado ao depósito da fé, que 'a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade' (1 Tm 3,15), sobre a qual 'as portas do inferno não prevalecerão' (Mt 16,18), fielmente preserva, conforme o mandamento de São Paulo. 'Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós.' (2 Tm 1,14) Se somos 'concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus' (Ef 2,19-20), não nos é permitido apartar do conjunto das verdades reveladas aquelas que nos parecem um tanto desinteressantes. À Igreja não cabe mudar sua doutrina. Nós é que precisamos a ela nos submeter.
'Portanto, nós submetemos ao rigoroso interdito do anátema, se porventura qualquer um, ou nós mesmos, ou um outro, tiver a presunção de introduzir qualquer novidade em oposição à Tradição Evangélica, ou à integridade da Fé e da Religião, tentando mudar qualquer coisa concernente à integridade da nossa Fé, ou consentindo a quem quer que seja que pretendesse fazê-lo com ardil sacrílego.' (Papa Santo Agatão. Juramento Papal) (Brodbeck, Rafael Vitola. A mulher e o sacramento da Ordem; manuscrito)
Quando um dogma é proposto, seja por Concílio Ecumênico seja diretamente pelo Romano Pontífice, nada mais se está fazendo do que a declaração de que determinado ponto de doutrina, até então não completamente explicitado, faz parte do Depósito da Fé. Não se inventa, com o dogma, uma doutrina nova.
Assim, se um dogma foi definido, ele o é para sempre. Tanto faz se foi no Concílio de Nicéia, no de Trento, no Vaticano II.
Quando Dom Marcelo Barros, OSB, questiona a validade do pronunciamento papal por ser a doutrina expressa por Sua Santidade a mesma do Concílio de Trento, está, na prática, dizendo que não aceita a formulação dogmática desse citado sínodo. E isso é grave! Gravíssimo! Um Concílio Ecumênico não anula o outro. Se aparentemente há discordância entre eles, deve-se seguir a regra da lógica: a) interpretar todos à luz da Tradição; b) dar a cada um o peso que ele mesmo propôs a si (o dogma sobre a pastoral, por exemplo).
Não há discordância entre Trento e o Vaticano II – nem poderia haver! Por isso o Papa pode usar textos de ambos os concílios e doutrinas de ambos. Se para Dom Marcelo há uma discordância, ela é aparente, e como tal deve ser resolvida pela fórmula que citei. Em qualquer caso, a definição dogmática dada pelo Concílio Ecumênico de Trento é infalível, suprema, perene, e não pode, por isso, ser questionada, sob pena de não estar mais o questionador na verdade católica. Trento é e continuará sendo atual. Mesmo que Dom Marcelo não queira.
2) Os termos utilizados pelo Tridentino são os mais perfeitos – por isso mesmo é um dogma. Nunca a Igreja soube precisar tão bem o que se passa no mistério eucarístico como quando por ocasião das definições do concílio que Dom Marcelo ataca. Natural que o Papa utilize essas formulações, aliás, citadas no Catecismo da Igreja Católica, e reproduzidas mesmo nos concílios subseqüentes – inclusive no Vaticano II.
Resta ensinar a Dom Marcelo que o Magistério Eclesiástico não se contradiz. A Igreja é a mesma. Sua doutrina também.
3) Dom Marcelo Barros, OSB, não crê que a Santa Missa seja um sacrifício, nem que os padres sejam sacerdotes. Só porque o Vaticano II usou mais o termo Ceia do Senhor, não está invalidada a definição de que a Missa é um sacrifício, pois esta é dogmática, e, como vimos, infalível e perene. Tampouco o termo presbítero invalida o caráter sacerdotal. O presbítero é um sacerdote... É como dizer do membro da Polícia Militar que seja policial e militar: uma condição não nega a outra... Só para Dom Marcelo...
Afasta-se o monge da doutrina da Igreja. Primeiro, não crê que a Missa seja sacrifício, e isso é heresia. Segundo, parece defender a tese de que os dogmas mudam suas formas ou significados, e isso também é heresia. Terceiro, contrapõe-se ao Papa como se ele não fosse o juiz máximo na terra a pontificar sobre o que é ou não atual, e isso novamente é heresia. Não satisfeito, na última citação dá como que a declaração formal de ser modernista, e isso, meus caros, é mais uma heresia.
O que o Papa João Paulo II diz em sua última encíclica não é nenhuma novidade: é a doutrina de Trento – como bem reconheceu Dom Marcelo –, é a doutrina do Vaticano II – o que não foi reconhecido pela teologia obtusa de Dom Marcelo –, é a doutrina da Igreja – a Igreja de sempre, não a que Dom Marcelo defende.
Entre Dom Marcelo Barros, OSB, e o Sacrossanto Concílio Ecumênico de Trento, fico com este último: foi o que melhor definiu o tema da Eucaristia como verdadeiro sacramento onde Cristo está real e substancialmente presente; e a Santa Missa como o sacrifício de Nosso Senhor oferecido de uma vez por todas na Cruz mas tornado real, substancial e novamente presente em nossos altares. Entre Dom Marcelo Barros, OSB, e Sua Santidade, o Papa João Paulo II, também fico com este último: foi a ele que Nosso Senhor deu as chaves para guiar Sua Santa Igreja, infalível e indefectivelmente até a consumação dos séculos; contra ela, as portas do inferno não prevalecerão jamais.
>Formado na teologia e espiritualidade do Concílio Vaticano II, reconheço o senhor como >bispo de Roma e primaz da unidade entre as Igrejas mas não como um super-bispo ou >definidor da fé das pessoas. Aceito o primado do papa como ministério querido por Deus, >mas isso não inclui a nomeação dos bispos, nem a definição de um direito universal, ou >um catecismo de doutrinas que todos os católicos do mundo devam crer.
Outra pérola do absurdo emanada da confusão teológica do monge – que, por outros artigos e posições, revela uma mentalidade gnóstica e profundamente panteísta, afastando-se, novamente, da doutrina católica.
O Papa é o definidor da Fé. Essa é a função dele. Cabe a cada um aceitar o que ele diz ou não. Mas também cabe a cada um ser coerente e sofrer as conseqüências. Quem não aceita o que Papa ensina, não pode ser considerado visível e materialmente católico apostólico romano.
Dom Marcelo aceita uma espécie de primado de honra do Papa, mas nega o de jurisdição, contrariando o ensinamento católico. Esse pensamento seu é fruto da negação da infalibilidade pontifícia, incorrendo novamente o religioso beneditino em heresia. Mais uma...
A nomeação de Bispos não é essencial ao primado do Papa, como bem expressa Dom Marcelo, mas ele, em virtude do mesmo primado, pode avocar essa competência para si. É uma lei eclesiástica, e não uma norma de Direito Divino. Todavia, em razão do Direito Divino, pode a Igreja, em normas de Direito Humano, disciplinar determinadas ações de competência privativa do Papa. Nesses assuntos, ainda que possamos discordar do Papa, eis que não envolvem matéria de fé ou moral, o silêncio respeitoso muito ajuda a manter a unidade interna da Igreja. Parece que isso não é interessante para Dom Marcelo Barros, OSB.
Quanto aos outros pontos – definição de um direito universal e de um catecismo de doutrinas que todos os católicos do mundo devam crer – equivoca-se grandemente Dom Marcelo. Justamente é essa, como já dissemos, a missão do Santo Padre, o Papa. Se Dom Marcelo diz que aceita o primado do Papa, como pode então negar a função e a própria conseqüência desse primado? Se não está Dom Marcelo prestes a um cisma prático, negando a doutrina da Igreja e os poderes do Romano Pontífice, coloca-se seguidor de uma teologia que não é católica, mas herética.
Ao contrário do que sustenta Dom Marcelo, a Igreja diz que a Santa Missa é um sacrifício, que o presbítero é um sacerdote, que o Papa possui a infalibilidade e o primado de jurisdição, que o Vaticano II não anulou o de Trento – nem poderia, por ser este dogmático –, que o sinal do sacramento não o exclui da realidade.
Dom Marcelo Barros, OSB, é um sacerdote do Altíssimo, pois uma vez conferido o sacramento da Ordem, não mais se perde, eis que ele imprime caráter na alma. Dom Marcelo Barros, OSB, é um religioso, porque vinculou-se juridicamente a um instituto religioso, no caso a Ordem de São Bento, e dela não afastou. Dom Marcelo Barros, OSB, é um monge, afinal seu instituto é tido por monacal, adotando uma disciplina monástica. Dom Marcelo Barros, OSB, entretanto, não é católico, pois sua doutrina se afasta radicalmente daquela proposta pela Igreja – da qual tem uma visão progressista e pseudo-ecumênica –, celebrada na Missa – da qual tem uma visão protestante –, protegida pelos dogmas – dos quais tem uma visão modernista –, e comandada pelo Papa – do qual tem uma visão romântica e proto-cismática.
Dom Marcelo Barros, OSB, é sacerdote, é religioso, é monge... Mas não é católico!

Uma foto, um mate amargo, uma cultura


O que esta foto me sugere? Um fim de tarde em contemplação da natureza criada por Deus, e a memória dos heróis gaúchos, herdeiros de uma casta de homens virtuosos que, na Ibéria medieval, souberam encarar o inimigo e, com a força de seus ideais católicos, ter a coragem reconquistar sua pátria aos mouros. Aqui, no Novo Mundo, no Rio Grande, cravaram a Cruz!
Nosso Estado foi fundado como Capitania de São Pedro. Até no nome temos uma profunda ligação com o primeiro Papa!
Antes do Rio Grande nascer, como bem disse o poeta Noel Guarany, já existia o missioneiro. Plantada nas Missões a fé pelos jesuítas hispânicos, além das ruínas de São Miguel, sobrevivem nos nossos costumes mais tradicionais uma cultura diretamente herdada da Civilização Cristã medieval, notadamente a ibérica.
O gaúcho autêntico, tradicional, tem na sua alma católica um de seus maiores amores. O amor pela vida livre, a devoção à prenda, a hospitalidade, a mística da roda de mate, o senso de justiça que o faz travar batalha de morte contra o erro, o amor pela querência, são notas muito cristãs do centauro dos pampas, guarda de nossa fronteira.

Legítima defesa... pela vida!


Há muita mentira deslavada e desfaçatez das mais canalhas por trás dos argumentos desarmamentistas. Isso é facilmente demonstrado com três exemplos.

Primeiramente, a manipulação dos dados é flagrante! Dizem os antiarmas, v.g., que a grande maioria dos que reagem a assaltos acaba morrendo. Ora, esse número só abarca os que, de fato, tiveram por conseqüência da injusta agressão ou a morte do cidadão que reagiu (ou do meliante), ou o ferimento de um dos dois, ou ainda qualquer circunstância que provoque a ação policial. Ninguém imagina um homem de bem indo à delegacia apenas para informar que, reagindo com arma de fogo, ao assaltante, colocou-o para correr. Assim, não há essa informação para os dados de uma pesquisa isenta... Daí que a estatística das mortes em virtude de reação ao crime é incompleta, e, portanto, não pode ser apresentada à população como se absoluta fosse. É preciso mais vergonha na cara dos pacifistas.

Outro ponto é o apelo emocional. Em manobra tipicamente maniqueísta, como é costume dos totalitários, dividem a sociedade em dois grandes grupos: um a favor da paz e da vida - os pró-desarmamento -; outro, antagônico a tais valores, e só interessado em propagar a violência ou defender a indústria bélica. Nada mais simplório! É preciso reconhecer que nós, os contrários ao desarmamento, e que votaremos "não" à proibição do comércio de armas e munições no Brasil, no próximo 23 de outubro, não somos inimigos da paz nem da vida. Pelo contrário! O que defendemos é o direito do homem de bem, devidamente preparado, emocionalmente equilibrado, comprar, ter em casa e portar sua arma de fogo, para que possa, se quiser, se defender. Ainda que venha a morrer, o cidadão tem um direito natural, inalienável, a defender-se, com os meios adequados e proporcionais, de um ataque criminoso. Estado algum pode cassar-lhe tal direito, pois este é anterior àquele, é dado pela própria natureza! E se defendemos a legítima defesa, defendemos a vida (do homem honesto, do inocente e sua família, sua esposa, seus filhos), e a paz (não o pacifismo, que é a paz ao custo da covardia e do domínio da criminalidade, porém a verdadeira paz, a "tranqüilidade na ordem", a "paz de Cristo no Reino de Cristo"). Até o Direito Canônico reconhece a legítima defesa como eximiente da responsabilidade penal (cf. cân. 1323, § 5º, CIC).

Por fim, o terceiro exemplo, talvez o mais gritante caso de distorção filosófica dentre os aqui tratados. Trata-se do bordão "armas matam". Mentira! Armas não matam! Pessoas, sim, matam. E quando o fazem - num latrocínio, num homicídio deliberado, em uma fútil briga de bar, ou no trânsito caótico -, devem ser rigorosamente punidas. Os homens de bem, que nunca usaram ou usarão suas pistolas e revólveres para cometer assassinato, não podem ser privados de seu direito à autodefesa, e de seus entes queridos, por conta do abuso que alguns, bandidos ou simplesmente pessoas mais esquentadas, fazem desses instrumentos. Ademais, não sendo com armas de fogo, o farão com tesouras, facas, cabos de vassoura. Proibirá o Estado fascista brasileiro também tais utensílios domésticos?

Usemos a razão na hora do referendo!

Aos que quiserem os verdadeiros dados do estúpido desarmamento, sugiro uma atenta leitura do texto disposto em www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=3706

Quais princípios cristãos, cara-pálida?


Realizou-se há pouco a Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, e a ela o Presidente Lula enviou uma carta, na qual se comprometia a governar o país observando os princípios cristãos. Boa notícia, aparentemente...

Acontece que Lula sofre de um mal bastante comum, disseminado pela mentalidade moderna. O termo “cristão”, para o presidente da República, é vago, sem muita precisão conceitual. Ele mesmo já declarara que sua fé cristã era assunto meramente de foro íntimo, como se na relação com Deus não houvesse uma dimensão obrigatoriamente pública. Ninguém é católico na vida privada, e ao mesmo tempo indiferente, ateu ou anticatólico na esfera social. Seria uma incoerência terrível!
As palavras de Lula aos Bispos são, realmente, vazias, pois, se de um lado, reitera a disposição de conduzir o Estado brasileiro na observância dos valores próprios do cristianismo – religião da esmagadora maioria dos súditos –, por outro, continua a incentivar exatamente o contrário! Seu Ministério da Saúde continua a apoiar o aborto e a promiscuidade sexual. Seu Ministério do Desenvolvimento Agrário continua a promover o confisco da propriedade rural particular. Seu Ministério da Fazenda continua com a sanha arrecadatória. Seu Ministério da Justiça continua empenhado no desarmamento, tolhendo o exercício da legítima defesa. Seu Ministério da Cultura continua exaltando o homossexualismo, patrocinando paradas gay, e homenageando, como recentemente noticiado, a militância lésbica, qualificando-a, até, de “expressão cultural”. Seu Ministério das Relações Exteriores continua a estabelecer a formação de uma quase comunidade entre os regimes socialistas, todos francamente perseguidores da Igreja: Cuba, China, Venezuela e Argentina, principalmente.
Com tudo isso, Lula ainda diz que seu governo é cristão? Que se decida: é cristão, com todas as suas implicações – entre as quais, a imediata mudança das políticas acima –, ou não é cristão, e o assume com todas as letras, em (rara) demonstração de honestidade intelectual! Por que não tem a coragem de declarar aquilo que é, de verdade, socialista, inimigo de fato da Fé Católica? Lula não é cristão porque crê em doutrinas em que não são cristãs. E o governo de Lula não é cristão porque desenvolve práticas diametralmente antagônicas aos ensinos cristãos.
De nada adianta mandar cartinhas para a CNBB – talvez querendo apoio da parcela dos Bispos ainda favoráveis à marxista, e por isso herética, teologia da libertação, nessa hora de corrupção generalizada por parte do PT –, bradar que é cristão, e comungar no Vaticano, porém agir de outro modo, justo o oposto? Que cristianismo é esse, cara-pálida? Cristianismo na boca, mas não nas ações?
Nosso atrapalhado supremo mandatário faria melhor papel se assumisse, de vez, que não é cristão. Se fosse coerente. Se deixasse de dizer-se católico quando, na prática, na hora em que provamos a real religião de alguém, é dos mais radicais adversários dos postulados da Igreja.

Cân. 750 – § 1. Deve-se crer com fé divina e católica em tudo o que se contém na palavra de Deus escrita ou transmitida por Tradição, ou seja, no único depósito da fé confiado à Igreja, quando ao mesmo tempo é proposto como divinamente revelado quer pelo magistério solene da Igreja, quer pelo seu magistério ordinário e universal; isto é, o que se manifesta na adesão comum dos fiéis sob a condução do sagrado magistério; por conseguinte, todos têm a obrigação de evitar quaisquer doutrinas contrárias.

§ 2. Deve-se ainda firmemente aceitar e acreditar também em tudo o que é proposto de maneira definitiva pelo magistério da Igreja em matéria de fé e costumes, isto é, tudo o que se requer para conservar santamente e expor fielmente o depósito da fé; opõe-se, portanto, à doutrina da Igreja Católica quem rejeitar tais proposições consideradas definitivas.

Cân. 752 Não assentimento de fé, mas religioso obséquio de inteligência e vontade deve ser prestado à doutrina que o Sumo Pontífice ou o Colégio dos Bispos, ao exercerem o magistério autêntico, enunciam sobre a fé e os costumes, mesmo quando não tenham a intenção de proclamá-la por ato definitivo; portanto os fiéis procurem evitar tudo o que não esteja de acordo com ela.