
sábado, setembro 24, 2005
República Corruptiva do Brasil
Sem o respaldo do povo, a forma republicana foi imposta e consolidada na ponta da espada, por exemplo, com o massacre de Canudos – Conselheiro era louco, mas o que as tropas federais lá fizeram está mais para a carnificina. Só com a linha dura de Floriano Peixoto e Júlio de Castilhos, o novo regime viu-se vencedor, o que a prova que a população não era republicana em sua maioria. Até mesmo o partido que comandou a quartelada não tinha força política suficiente: em vez de promover a transição no voto, o fez de modo autoritário, pois tinha parte do oficialato do Exército sob seu jogo. E justamente quando mais o Brasil crescia, é que seu desenvolvimento foi tolhido por Deodoro.
Dessa maneira mesquinha nasceu, e com ações muito piores tomou corpo. Atentou a república contra a identidade cultural nacional, impondo ao povo cristão a religião positivista – com o temerário lema inscrito no pavilhão nacional, e suas novas Escrituras na Carta Magna tirada do (completamente diferente) Direito americano, e na ditatorial Constituição castilhista do RS. Interesses privados contrapostos levaram a uma sucessiva disputa de poder, na qual rareou a lealdade. Do Café-com-Leite ao Estado Novo e à recente esquerdização do país, quase sempre se saiu vitorioso o bem particular em detrimento do público. Agigantou-se o monstro estatal, e o Brasil permanece no atraso que não conheceu à época do Império.
Só com um Chefe de Estado acima das manobras eleitoreiras e impermeável ao jogo partidário, que consiga liderar a Nação sem dividi-la, e possa ser um líder moral perene – sem ser substituído artificialmente a cada quatro anos –, poderemos ter um Brasil forte. Só com um governo que tenha maioria no Parlamento por mérito próprio – e não por ajustes maliciosos e “mensalões” – é que poderão os brasileiros retomar sua saga de grandes conquistas, seguindo os passos dos heróis da pátria.
Reforma política que se preze não pode deixar de discutir a possível restauração da monarquia parlamentarista no solo brasílico, tão tristemente abatido pelo desgoverno desde o fatídico e inglório 15 de novembro, que certamente deveríamos relembrar com o mais pesaroso luto.
FATOS DE VIDA - Eleições na Alemanha
quarta-feira, setembro 14, 2005
Bento XVI e o julgamento de Boff

Inacreditável seria se Genésio Boff, ex-frei Leonardo, ficasse calado ao saber que o novo Papa é o Cardeal Joseph Ratzinger. Nada mais esperado que ouvirmos suas estapafúrdias e repetidas alegações, tachando o agora Bento XVI de retrógrado, conservador, entre outros adjetivos - fazendo eco aos inimigos da Igreja.
Sites recomendados I
Mídia sem Máscara
Maior, melhor e mais visitado portal de informação sem influência da inteligência esquerdista do Brasil. Artigos e estudos contra o desarmamento, a favor da propriedade privada, dos valores judaico-cristãos, da redução tributária, da reforma do Estado baseada em perfis conservadores. Denúncia ao totalitarismo comunista que o PT tenta implantar no Brasil, ao Foro de São Paulo - organização socialista latino-americana -, às táticas gramscianas de infiltração nos diversos espaços da sociedade. Combate ao aborto, à eutanásia, ao MST etc. Articulistas: Olavo de Carvalho, Percival Puggina, Caio Rossi, José Nivaldo Cordeiro, Graça Salgueiro, Daniel Sant´Anna, Peter Hof, Jeffrey Nyquist, Carlos I. S. Azambuja, Lucas Mendes, Rafael Vitola Brodbeck (eu), entre outros.
Percival Puggina
Artigos do grande escritor gaúcho, sobre política nacional, sempre à luz da razão e da Doutrina Social da Igreja. Espaço para colaboradores, entre os quais me incluo; enquetes; "Gafes do Lula"; humor político; cadernos de ação política; pesquisas, dados e documentos. Excelente ferramenta para a integral formação dos católicos e dos homens de boa vontade, e entendimento da crise gerada pela aplicação dos postulados de Lênin e Gramsci no Brasil pelo socialismo auto-gestionário do PT. O autor escreveu um formidável livro sobre Cuba, em que desmonta as mentiras da esquerda sobre o pretenso "paraíso de Fidel".
Veritatis Splendor
Apostolado de apologética dirigido por católicos de vários grupos, Dioceses e movimentos, muitos dos quais ex-protestantes. Respostas às acusações das seitas, maior biblioteca virtual de documentos da Santa Sé em português, debates com protestantes, ateus e espíritas, notícias comentadas, artigos doutrinários, seções variadas: filosofia, história, Direito Canônico, liturgia. Possibilidade de envio de perguntas aos autores, expondo dúvidas sobre a Fé Católica. Convênio com vários sites de apologética europeus e americanos. Autorização para publicação da Revista Pergunte & Responderemos, de D. Estêvão Bittencourt, OSB. Cruzadas, Inquisição, santos, Nossa Senhora, Eucaristia, Santa Missa, aborto, bioética, anticoncepcionais, Papa, infalibilidade pontífica, defesa da doutrina da Igreja frente a vários assuntos polêmicos. Também trabalho nesse site, ao lado de valorosos companheiros.
Zenit
Dirigido pelo Jorn. Jesús Colina, autor de Minha vida é Cristo, livro-entrevista ao Pe. Marcial Maciel, LC, Fundador dos Legionários de Cristo e do Regnum Christi, Zenit é uma agência internacional de notícias ligadas à Igreja. Seu lema é: "O mundo visto de Roma", destacando-se por seu tom marcadamento fiel ao Santo Padre, o Papa, Vigário de Cristo na terra, e à doutrina da Igreja. Assinatura gratuita de seus boletins por e-mail, em vários idiomas, incluindo o português.
Opus Dei
Muito se fala sobre Opus Dei, principalmente após as
asneiras de Dan Brown e seu blasfemo Código Da Vinci (leia mais sobre as mentiras desta obra tola: "O tal 'código' Da Vinci", "A fraude Da Vinci", e a resenha da obra). Pois bem, a resposta às acusações descabidas de Brown e outros estão aqui, no site oficial em português do Opus Dei, uma Prelazia Pessoal, i.e., uma organização oficialmente inserida na estrutura hierárquica da Igreja, com Bispo próprio, em plena comunhão com as Dioceses, e segundo as leis canônicas, o que faz com que os católicos a reconheçam. Site recomendasíssimo!
segunda-feira, setembro 12, 2005
Gabriel Garcia Moreno
Recomendo vivamente a leitura do mesmo, em tradução terrível de minha lavra, em: http://www.veritatis.com.br/grupo.asp?pubid=11
domingo, setembro 11, 2005
Dom Marcelo Barros e a Fé Católica
Impressionante como algumas pessoas insistem em chamar-se católicas, em continuar no seio formal da Igreja, e mesmo assim professar uma fé diferente da que é pregada pela mesma.
Pior ainda quando essas pessoas são religiosas. E, acontecimento horrendo, é ainda pior quando, além de religiosas, são sacerdotes!
Tal é o caso de Dom Marcelo Barros, OSB, prior do Mosteiro da Anunciação, em Goiás Velho, no Brasil. Reiteradas são suas posições extremamente contrárias ao ensino da Igreja, contra o qual desfere artigos petulantes, desaforados, mal-educados, desnecessariamente agressivos, e recheados da mais pura gnose (igualitarismo, marxismo, zen-budismo, panteísmo, protestantismo, tudo isso numa colcha de retalhos religiosa).
Sua última investida, travestida de teologia, foi uma carta ao falecido Papa João Paulo II, na qual dirige-se ao Romano Pontífice chamando a este pelo atrevido título de "irmão". O Papa, pelo Batismo, é nosso irmão em Cristo, irmão na fé. Contudo, por sua sagração episcopal, torna-se "irmão no episcopado" dos demais Bispos – e Dom Marcelo não é Bispo, mas simples presbítero. Não deixa de ser nosso irmão, mas a qualquer Bispo devemos um respeito que é refletido até mesmo nas regras de cortesia e no trato protocolar. A eles, os Bispos, chamamos "Excelência Reverendíssima", e, se Cardeais, "Eminência". Aos Bispos detentores do título de Patriarca, cabe a denominação de "Sua Beatidade". Não é diferente em relação ao Papa. A ele deve-se respeito até nas palavras, e mais ainda por ser o chefe supremo de nossa Igreja. O Papa é "Sua Santidade" e não um "irmão". Chamando-o assim, Dom Marcelo Barros, OSB, demonstra sua fé igualitária, profundamente gnóstica, o que confirma suas teses marxistas e pseudo-ecumênicas anteriormente defendidas.
João Paulo II publicou uma encíclica, Ecclesia de Eucharistia, na qual exorta contra os abusos litúrgicos, e reafirma a Fé da Igreja na doutrina de sempre: a Eucaristia é presença real de Cristo, e a Missa é o sacrifício de Cristo tornado presente. O título, em latim, significa "A Igreja Vive da Eucaristia", e contra esse documento é que o monge petulante dirige seus ataques.
Dom Marcelo fala verdadeiros absurdos em seu artigo denominado "Eucaristia: comunhão ou ato de exclusão? Perguntas de um monge ao papa". Palavras escolhidas do monge estão em negrito e itálico. Meus comentários estão em fonte normal.
>Será que esta carta não confunde o sinal com a realidade?
Um monge beneditino que parece esquecer as mais basilares lições de teologia católica! O sinal em questão é o sacramento da Eucaristia. Para Dom Marcelo Barros, OSB, a Eucaristia, por ser sinal, não é realidade: é o que ele mesmo diz. Admitir outra interpretação para sua frase seria forçar o sentido que têm as palavras, e contrariar a lógica.
Ora, a doutrina católica é claríssima: sacramentos são canais da graça, sinais visíveis da graça invisível, que realizam aquilo que significam. Atente, caro leitor: o sinal (significado da palavra sacramento) REALIZA o que significa, i.e., TORNA REALIDADE aquilo que significa. Em conclusão, a dimensão de sinal, dimensão sacramental, da Eucaristia, não é antagônica da dimensão real. Tanto o sinal quanto a realidade convivem na definição do sacramento. É pelo sinal que a realidade ocorre, se torna presente. A Sagrada Eucaristia é sinal, mas também realidade; Nosso Senhor Jesus Cristo está REALMENTE presente na Eucaristia sob os sinais aparentes do pão e do vinho. Esses elementos – pão e vinho –, não existem mais depois da consagração, pois as palavras do padre sobre eles os mudaram no verdadeiro e Santíssimo Corpo e no verdadeiro e Preciosíssimo Sangue de Cristo Jesus. Vemos pão, sentimos cheiro e gosto de pão, vemos vinho, sentimos cheiro e gosto de vinho, e isso são meros sinais, é uma aparência. Todavia, além do sinal que nos informam os sentidos, está a realidade de que a Jesus está real e substancialmente presente naquilo que parece ser pão e naquilo que parece ser vinho. Por trás do sinal, a realidade.
Dom Marcelo não entende muito bem a doutrina católica acerca dos sacramentos, nem captou adequadamente a idéia de sinal – talvez fruto de uma defeituosa formação tomista... Dom Marcelo não crê que a Eucaristia, além de sinal, seja a presença verdadeira de Cristo. Para ele, a Eucaristia é mero sinal, mero símbolo da presença de Cristo. Como pretendiam Calvino e Zwinglio, hereges protestantes.
Não é o Papa quem confunde sinal com realidade. É Dom Marcelo Barros, OSB, quem confunde verdade católica com mentira herética, não crendo na presença real de Cristo no sacramento da Eucaristia.
>Não é mais correto dizer que a Igreja vive do amor solidário, serviço (...).
Dom Marcelo quer uma resposta curta? Pois ei-la: NÃO! A Igreja vive da graça, e a graça nos é dada ordinariamente pelos sacramentos. Ora, se a Eucaristia, por ser a presença real de Cristo e a renovação da Cruz – fonte de todos os sacramentos, madeiro no qual Nosso Senhor, ao morrer, conquistou-nos e mereceu-nos a graça –, é o sacramento mais sublime, podemos considerá-la a base da vida da Igreja. O amor solidário, o serviço, são conseqüências da vida da Igreja, e não sua sustentação.
Uma comparação creio caber nesse momento. Todos, pessoas naturais, somos chamados ao amor solidário, ao serviço, ao testemunho da fé, ao apostolado, à vida caritativa, ao desempenho profissional para o sustento de nossa família. Esses elementos é que nos fazem viver? Claro que não! A vida nos é dada pelo alimento, pela comida, pela manutenção da saúde. Aquelas atividades, e todas as outras, são a conseqüência de nossa vida, e não a causa. Porque nos alimentamos, vivemos, e porque vivemos podemos fazer apostolado, trabalhar, servir, testemunhar o amor solidário etc.
A mesma coisa se dá com a Igreja. Ela é chamada ao amor solidário e ao serviço – entre outras coisas, claro, pois a finalidade precípua da Igreja é a salvação e a santificação das almas –, mas não vive disso. Ele deve desempenhar esse trabalho, e para isso necessita se alimentar. O alimento da Igreja é a Eucaristia. Alimentando-se, a Igreja pode praticar o amor solidário e o serviço, tão caros ao crítico monge.
Dom Marcelo – coitado, tão confuso! – não discerne entre causa e efeito. Umas aulinhas de lógica não lhe fariam mal algum!
>Na carta, o senhor cita várias vezes o Concílio Vaticano II e alguns documentos do >magistério romano recente, mas a doutrina ali expressa sobre a eucaristia é a do Concílio >de Trento no século XVI, que o senhor julga ser atual e propõe como referência >dogmática para a Igreja toda (n. 9). Como o senhor está ao par de todo o trabalho >teológico que, nos últimos séculos, tem sido elaborado sobre a eucaristia, deduzo que o >senhor, simplesmente, não acha importante esta evolução. Ao contrário, até na >linguagem, recua em relação ao Vaticano II. Fala do “santo sacrifício da Missa” e não da >Ceia do Senhor, como chama os ministros de sacerdotes e não de presbíteros.
>A teologia é clara: “A missão torna presente o sacrifício da cruz. Não o repete, nem o >multiplica. O que se repete é a celebração memorial” (n 12). Se é assim, será que, hoje, a >linguagem sacrificial ainda é a mais adequada para expressar a verdade do memorial?
Nesses parágrafos, Dom Marcelo contradiz a doutrina católica de um modo frontal, e sem deixar margem para nenhuma interpretação in bonam partem. Alguns de seus erros merecem ser destacados:
1) O referido monge toma o Concílio Ecumênico Vaticano II como uma espécie de super-concílio que desautoriza os anteriores. Ora, antes de qualquer coisa o Vaticano II não foi um concílio dogmático nem pretendeu sê-lo. Suas definições foram pastorais, o que é dito pelos próprios Papas que o convocaram e presidiram – Beato João XXIII, e Paulo VI – e também pelo atual Soberano Pontífice gloriosamente reinante, Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Sendo pastoral, e não propondo dogma algum, nada mais natural que a ausência, no documento atacado por Dom Marcelo, de uma pretensa "doutrina do Vaticano II" acerca da Eucaristia: não há tal doutrina, o Vaticano II não propôs nada acerca dela...
Ademais, mesmo que o aludido sínodo universal declarasse novas formulações dogmáticas, elas em nada poderiam se afastar da Revelação: a doutrina católica não evolui, não muda, mantém-se tal qual nos foi dada por Cristo aos Apóstolos – por isso, diz-se Tradição Apostólica.
"A Igreja Católica e Apostólica não muda. A Revelação foi toda feita até a morte do último Apóstolo, São João. Nada mais é acrescentado ao depósito da fé, que 'a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade' (1 Tm 3,15), sobre a qual 'as portas do inferno não prevalecerão' (Mt 16,18), fielmente preserva, conforme o mandamento de São Paulo. 'Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós.' (2 Tm 1,14) Se somos 'concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus' (Ef 2,19-20), não nos é permitido apartar do conjunto das verdades reveladas aquelas que nos parecem um tanto desinteressantes. À Igreja não cabe mudar sua doutrina. Nós é que precisamos a ela nos submeter.
'Portanto, nós submetemos ao rigoroso interdito do anátema, se porventura qualquer um, ou nós mesmos, ou um outro, tiver a presunção de introduzir qualquer novidade em oposição à Tradição Evangélica, ou à integridade da Fé e da Religião, tentando mudar qualquer coisa concernente à integridade da nossa Fé, ou consentindo a quem quer que seja que pretendesse fazê-lo com ardil sacrílego.' (Papa Santo Agatão. Juramento Papal) (Brodbeck, Rafael Vitola. A mulher e o sacramento da Ordem; manuscrito)
Quando um dogma é proposto, seja por Concílio Ecumênico seja diretamente pelo Romano Pontífice, nada mais se está fazendo do que a declaração de que determinado ponto de doutrina, até então não completamente explicitado, faz parte do Depósito da Fé. Não se inventa, com o dogma, uma doutrina nova.
Assim, se um dogma foi definido, ele o é para sempre. Tanto faz se foi no Concílio de Nicéia, no de Trento, no Vaticano II.
Quando Dom Marcelo Barros, OSB, questiona a validade do pronunciamento papal por ser a doutrina expressa por Sua Santidade a mesma do Concílio de Trento, está, na prática, dizendo que não aceita a formulação dogmática desse citado sínodo. E isso é grave! Gravíssimo! Um Concílio Ecumênico não anula o outro. Se aparentemente há discordância entre eles, deve-se seguir a regra da lógica: a) interpretar todos à luz da Tradição; b) dar a cada um o peso que ele mesmo propôs a si (o dogma sobre a pastoral, por exemplo).
Não há discordância entre Trento e o Vaticano II – nem poderia haver! Por isso o Papa pode usar textos de ambos os concílios e doutrinas de ambos. Se para Dom Marcelo há uma discordância, ela é aparente, e como tal deve ser resolvida pela fórmula que citei. Em qualquer caso, a definição dogmática dada pelo Concílio Ecumênico de Trento é infalível, suprema, perene, e não pode, por isso, ser questionada, sob pena de não estar mais o questionador na verdade católica. Trento é e continuará sendo atual. Mesmo que Dom Marcelo não queira.
2) Os termos utilizados pelo Tridentino são os mais perfeitos – por isso mesmo é um dogma. Nunca a Igreja soube precisar tão bem o que se passa no mistério eucarístico como quando por ocasião das definições do concílio que Dom Marcelo ataca. Natural que o Papa utilize essas formulações, aliás, citadas no Catecismo da Igreja Católica, e reproduzidas mesmo nos concílios subseqüentes – inclusive no Vaticano II.
Resta ensinar a Dom Marcelo que o Magistério Eclesiástico não se contradiz. A Igreja é a mesma. Sua doutrina também.
3) Dom Marcelo Barros, OSB, não crê que a Santa Missa seja um sacrifício, nem que os padres sejam sacerdotes. Só porque o Vaticano II usou mais o termo Ceia do Senhor, não está invalidada a definição de que a Missa é um sacrifício, pois esta é dogmática, e, como vimos, infalível e perene. Tampouco o termo presbítero invalida o caráter sacerdotal. O presbítero é um sacerdote... É como dizer do membro da Polícia Militar que seja policial e militar: uma condição não nega a outra... Só para Dom Marcelo...
Afasta-se o monge da doutrina da Igreja. Primeiro, não crê que a Missa seja sacrifício, e isso é heresia. Segundo, parece defender a tese de que os dogmas mudam suas formas ou significados, e isso também é heresia. Terceiro, contrapõe-se ao Papa como se ele não fosse o juiz máximo na terra a pontificar sobre o que é ou não atual, e isso novamente é heresia. Não satisfeito, na última citação dá como que a declaração formal de ser modernista, e isso, meus caros, é mais uma heresia.
O que o Papa João Paulo II diz em sua última encíclica não é nenhuma novidade: é a doutrina de Trento – como bem reconheceu Dom Marcelo –, é a doutrina do Vaticano II – o que não foi reconhecido pela teologia obtusa de Dom Marcelo –, é a doutrina da Igreja – a Igreja de sempre, não a que Dom Marcelo defende.
Entre Dom Marcelo Barros, OSB, e o Sacrossanto Concílio Ecumênico de Trento, fico com este último: foi o que melhor definiu o tema da Eucaristia como verdadeiro sacramento onde Cristo está real e substancialmente presente; e a Santa Missa como o sacrifício de Nosso Senhor oferecido de uma vez por todas na Cruz mas tornado real, substancial e novamente presente em nossos altares. Entre Dom Marcelo Barros, OSB, e Sua Santidade, o Papa João Paulo II, também fico com este último: foi a ele que Nosso Senhor deu as chaves para guiar Sua Santa Igreja, infalível e indefectivelmente até a consumação dos séculos; contra ela, as portas do inferno não prevalecerão jamais.
>Formado na teologia e espiritualidade do Concílio Vaticano II, reconheço o senhor como >bispo de Roma e primaz da unidade entre as Igrejas mas não como um super-bispo ou >definidor da fé das pessoas. Aceito o primado do papa como ministério querido por Deus, >mas isso não inclui a nomeação dos bispos, nem a definição de um direito universal, ou >um catecismo de doutrinas que todos os católicos do mundo devam crer.
Outra pérola do absurdo emanada da confusão teológica do monge – que, por outros artigos e posições, revela uma mentalidade gnóstica e profundamente panteísta, afastando-se, novamente, da doutrina católica.
O Papa é o definidor da Fé. Essa é a função dele. Cabe a cada um aceitar o que ele diz ou não. Mas também cabe a cada um ser coerente e sofrer as conseqüências. Quem não aceita o que Papa ensina, não pode ser considerado visível e materialmente católico apostólico romano.
Dom Marcelo aceita uma espécie de primado de honra do Papa, mas nega o de jurisdição, contrariando o ensinamento católico. Esse pensamento seu é fruto da negação da infalibilidade pontifícia, incorrendo novamente o religioso beneditino em heresia. Mais uma...
A nomeação de Bispos não é essencial ao primado do Papa, como bem expressa Dom Marcelo, mas ele, em virtude do mesmo primado, pode avocar essa competência para si. É uma lei eclesiástica, e não uma norma de Direito Divino. Todavia, em razão do Direito Divino, pode a Igreja, em normas de Direito Humano, disciplinar determinadas ações de competência privativa do Papa. Nesses assuntos, ainda que possamos discordar do Papa, eis que não envolvem matéria de fé ou moral, o silêncio respeitoso muito ajuda a manter a unidade interna da Igreja. Parece que isso não é interessante para Dom Marcelo Barros, OSB.
Quanto aos outros pontos – definição de um direito universal e de um catecismo de doutrinas que todos os católicos do mundo devam crer – equivoca-se grandemente Dom Marcelo. Justamente é essa, como já dissemos, a missão do Santo Padre, o Papa. Se Dom Marcelo diz que aceita o primado do Papa, como pode então negar a função e a própria conseqüência desse primado? Se não está Dom Marcelo prestes a um cisma prático, negando a doutrina da Igreja e os poderes do Romano Pontífice, coloca-se seguidor de uma teologia que não é católica, mas herética.
Ao contrário do que sustenta Dom Marcelo, a Igreja diz que a Santa Missa é um sacrifício, que o presbítero é um sacerdote, que o Papa possui a infalibilidade e o primado de jurisdição, que o Vaticano II não anulou o de Trento – nem poderia, por ser este dogmático –, que o sinal do sacramento não o exclui da realidade.
Dom Marcelo Barros, OSB, é um sacerdote do Altíssimo, pois uma vez conferido o sacramento da Ordem, não mais se perde, eis que ele imprime caráter na alma. Dom Marcelo Barros, OSB, é um religioso, porque vinculou-se juridicamente a um instituto religioso, no caso a Ordem de São Bento, e dela não afastou. Dom Marcelo Barros, OSB, é um monge, afinal seu instituto é tido por monacal, adotando uma disciplina monástica. Dom Marcelo Barros, OSB, entretanto, não é católico, pois sua doutrina se afasta radicalmente daquela proposta pela Igreja – da qual tem uma visão progressista e pseudo-ecumênica –, celebrada na Missa – da qual tem uma visão protestante –, protegida pelos dogmas – dos quais tem uma visão modernista –, e comandada pelo Papa – do qual tem uma visão romântica e proto-cismática.
Dom Marcelo Barros, OSB, é sacerdote, é religioso, é monge... Mas não é católico!
Uma foto, um mate amargo, uma cultura

Legítima defesa... pela vida!
Há muita mentira deslavada e desfaçatez das mais canalhas por trás dos argumentos desarmamentistas. Isso é facilmente demonstrado com três exemplos.
Primeiramente, a manipulação dos dados é flagrante! Dizem os antiarmas, v.g., que a grande maioria dos que reagem a assaltos acaba morrendo. Ora, esse número só abarca os que, de fato, tiveram por conseqüência da injusta agressão ou a morte do cidadão que reagiu (ou do meliante), ou o ferimento de um dos dois, ou ainda qualquer circunstância que provoque a ação policial. Ninguém imagina um homem de bem indo à delegacia apenas para informar que, reagindo com arma de fogo, ao assaltante, colocou-o para correr. Assim, não há essa informação para os dados de uma pesquisa isenta... Daí que a estatística das mortes em virtude de reação ao crime é incompleta, e, portanto, não pode ser apresentada à população como se absoluta fosse. É preciso mais vergonha na cara dos pacifistas.
Outro ponto é o apelo emocional. Em manobra tipicamente maniqueísta, como é costume dos totalitários, dividem a sociedade em dois grandes grupos: um a favor da paz e da vida - os pró-desarmamento -; outro, antagônico a tais valores, e só interessado em propagar a violência ou defender a indústria bélica. Nada mais simplório! É preciso reconhecer que nós, os contrários ao desarmamento, e que votaremos "não" à proibição do comércio de armas e munições no Brasil, no próximo 23 de outubro, não somos inimigos da paz nem da vida. Pelo contrário! O que defendemos é o direito do homem de bem, devidamente preparado, emocionalmente equilibrado, comprar, ter em casa e portar sua arma de fogo, para que possa, se quiser, se defender. Ainda que venha a morrer, o cidadão tem um direito natural, inalienável, a defender-se, com os meios adequados e proporcionais, de um ataque criminoso. Estado algum pode cassar-lhe tal direito, pois este é anterior àquele, é dado pela própria natureza! E se defendemos a legítima defesa, defendemos a vida (do homem honesto, do inocente e sua família, sua esposa, seus filhos), e a paz (não o pacifismo, que é a paz ao custo da covardia e do domínio da criminalidade, porém a verdadeira paz, a "tranqüilidade na ordem", a "paz de Cristo no Reino de Cristo"). Até o Direito Canônico reconhece a legítima defesa como eximiente da responsabilidade penal (cf. cân. 1323, § 5º, CIC).
Por fim, o terceiro exemplo, talvez o mais gritante caso de distorção filosófica dentre os aqui tratados. Trata-se do bordão "armas matam". Mentira! Armas não matam! Pessoas, sim, matam. E quando o fazem - num latrocínio, num homicídio deliberado, em uma fútil briga de bar, ou no trânsito caótico -, devem ser rigorosamente punidas. Os homens de bem, que nunca usaram ou usarão suas pistolas e revólveres para cometer assassinato, não podem ser privados de seu direito à autodefesa, e de seus entes queridos, por conta do abuso que alguns, bandidos ou simplesmente pessoas mais esquentadas, fazem desses instrumentos. Ademais, não sendo com armas de fogo, o farão com tesouras, facas, cabos de vassoura. Proibirá o Estado fascista brasileiro também tais utensílios domésticos?
Usemos a razão na hora do referendo!
Aos que quiserem os verdadeiros dados do estúpido desarmamento, sugiro uma atenta leitura do texto disposto em www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=3706
Quais princípios cristãos, cara-pálida?
Realizou-se há pouco a Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, e a ela o Presidente Lula enviou uma carta, na qual se comprometia a governar o país observando os princípios cristãos. Boa notícia, aparentemente...
Acontece que Lula sofre de um mal bastante comum, disseminado pela mentalidade moderna. O termo “cristão”, para o presidente da República, é vago, sem muita precisão conceitual. Ele mesmo já declarara que sua fé cristã era assunto meramente de foro íntimo, como se na relação com Deus não houvesse uma dimensão obrigatoriamente pública. Ninguém é católico na vida privada, e ao mesmo tempo indiferente, ateu ou anticatólico na esfera social. Seria uma incoerência terrível!
Cân. 750 – § 1. Deve-se crer com fé divina e católica em tudo o que se contém na palavra de Deus escrita ou transmitida por Tradição, ou seja, no único depósito da fé confiado à Igreja, quando ao mesmo tempo é proposto como divinamente revelado quer pelo magistério solene da Igreja, quer pelo seu magistério ordinário e universal; isto é, o que se manifesta na adesão comum dos fiéis sob a condução do sagrado magistério; por conseguinte, todos têm a obrigação de evitar quaisquer doutrinas contrárias.
§ 2. Deve-se ainda firmemente aceitar e acreditar também em tudo o que é proposto de maneira definitiva pelo magistério da Igreja em matéria de fé e costumes, isto é, tudo o que se requer para conservar santamente e expor fielmente o depósito da fé; opõe-se, portanto, à doutrina da Igreja Católica quem rejeitar tais proposições consideradas definitivas.
Cân. 752 Não assentimento de fé, mas religioso obséquio de inteligência e vontade deve ser prestado à doutrina que o Sumo Pontífice ou o Colégio dos Bispos, ao exercerem o magistério autêntico, enunciam sobre a fé e os costumes, mesmo quando não tenham a intenção de proclamá-la por ato definitivo; portanto os fiéis procurem evitar tudo o que não esteja de acordo com ela.