quinta-feira, março 23, 2006

Socialismo, o inimigo do povo

Apresentam as esquerdas uma suposta salvação aos operários e camponeses: o socialismo. Enganam-se. Ou, até mesmo, enganam-nos.
Está na base da doutrina socialista querer “abolir a propriedade privada” (Eric Voegelin, Estudos de Idéias Políticas, trad. Mendo Castro Henriques), pois não se coaduna com seu outro princípio vital, o igualitarismo. Usar, gozar e dispor livremente – o que vem a ser o direito de propriedade – é uma afronta à justiça na ótica dos que postulam o socialismo. Erram, no entanto, e gravemente.
Acabar com a propriedade não atingirá somente os ricos. Também o povo simples sofrerá. Faltando os empregadores, onde trabalhará o proletariado que o socialismo diz defender? A sociedade é natural e organicamente constituída de tal maneira que o ataque a um de seus pilares promove a destruição do edifício. Disso sabem os próceres comunistas e socialistas, os quais de ninguém escondem a ânsia revolucionária – violenta em Lênin, sutil e disfarçada em Gramsci – a pretexto de ajuda e libertação do pobre.
Pelejando contra o rico, porém, atinge-se, com efeito, o pobre que deveria ser protegido pelas esquerdas – já que se arrogam em seus exclusivos paladinos. Aliás, mesmo que só o rico sofresse com a extinção da propriedade – o que sabemos ser mentira –, ainda assim seria a medida cumulada de injustiças.
O ódio socialista à propriedade é tanto, que nos seus planos de reforma agrária os assentados exercem mera posse sobre os imóveis rurais. Noutros termos, após a desapropriação – paga com preço injusto, configurando-se em um confisco prático, outro desrespeito ao legítimo domínio –, o Estado torna-se proprietário da gleba, da qual o trabalhador rural (em nome de quem foi feita a reforma) só tem a posse. O sem-terra continua sem a terra, pois ela é do Estado. Assim, a doutrina socialista não vê com bons olhos o indivíduo proprietário (rico ou pobre), mas aplaude o Estado que deseja sê-lo, em que pese não ser essa sua função e a despeito de sua incompetência para a gerência de coisas normalmente privadas.
Tirar a terra dos ricos para dar aos pobres, pura e simplesmente já é imoral, um atentado à justiça (e aos próprios pobres, indiretamente, pois isso afeta negativamente a produção agrícola, diminui o PIB, gera desemprego etc). Não contentes com isso, os socialistas vão mais longe: além de tirar dos ricos, não dão aos pobres.
Por pior que seja o patrão particular, não chegará perto, em crueldade, ao patrão estatal totalitário, um tirano que não hesitará em “usar, gozar e dispor” não só de suas novas terras, como proprietário, porém dos próprios assentados, reféns da ditadura vermelha.

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Cân. 750 – § 1. Deve-se crer com fé divina e católica em tudo o que se contém na palavra de Deus escrita ou transmitida por Tradição, ou seja, no único depósito da fé confiado à Igreja, quando ao mesmo tempo é proposto como divinamente revelado quer pelo magistério solene da Igreja, quer pelo seu magistério ordinário e universal; isto é, o que se manifesta na adesão comum dos fiéis sob a condução do sagrado magistério; por conseguinte, todos têm a obrigação de evitar quaisquer doutrinas contrárias.

§ 2. Deve-se ainda firmemente aceitar e acreditar também em tudo o que é proposto de maneira definitiva pelo magistério da Igreja em matéria de fé e costumes, isto é, tudo o que se requer para conservar santamente e expor fielmente o depósito da fé; opõe-se, portanto, à doutrina da Igreja Católica quem rejeitar tais proposições consideradas definitivas.

Cân. 752 Não assentimento de fé, mas religioso obséquio de inteligência e vontade deve ser prestado à doutrina que o Sumo Pontífice ou o Colégio dos Bispos, ao exercerem o magistério autêntico, enunciam sobre a fé e os costumes, mesmo quando não tenham a intenção de proclamá-la por ato definitivo; portanto os fiéis procurem evitar tudo o que não esteja de acordo com ela.