O Ano da Eucaristia chegou a seu ocaso no Brasil, e pouco em nossas igrejas foi feito de realmente visível e significativo para a promoção do adequado culto litúrgico. Convocado por João Paulo II para renovar a observância às normas que regem a celebração da Missa as quais, em muitos lugares, são esquecidas e contrariadas, conforme o Pontífice mesmo denuncia na Ecclesia de Eucharistia, especialmente nos números 10 e 52 , pela maioria o evento só é comentado da boca para fora.
Na Missa Pro Ecclesia, encerramento do Conclave que o elegeu, Bento XVI ordenou que essa comemoração fosse marcada pela solenidade e retidão das celebrações. Noutras palavras: rigoroso seguimento das rubricas do Missal (e falo do novo, de Paulo VI); cessação de qualquer invencionice por parte dos sacerdotes; decoro e circunspeção; paramentos corretos; proibição de cantos estranhos à tradição católica e de não menos estranhas palmas e demonstrações efusivas de alegria, nada apropriadas para quem assiste, na Missa, a renovação do sacrifício da Cruz. Peço isso de modo especial aos sacerdotes.
Não sou eu ou algum grupo quem pede obediência ao Missal. É a lei da Igreja. É o Papa. Se alerto para esse descuido, é por grave dever de consciência, pois minha alma de católico não me deixa inerte ante os incontáveis abusos na liturgia Brasil afora, em franca oposição a Roma. Estas linhas são movidas por caridade cristã!
A casula foi quase abandonada; certos padres inserem numa ou noutra parte da Missa gestos, símbolos (cartazes, plantas, fantasias, fogo etc) e palavras que são criações suas (em total desacordo com as regras vigentes); o povo reza orações reservadas aos sacerdotes e até por eles, às vezes, é incentivado a proferi-las (o Por Cristo, com Cristo..., a oração da paz, v.g.); os fiéis são convidados a atos não previstos (fechar os olhos, erguer as mãos, direcioná-las ao altar no Por Cristo, abri-las para receber a bênção, e outras provas bizarras de inesgotável e anticatólica criatividade, já atacada pelo então Cardeal Ratzinger em seu A fé em crise?); nem sempre as músicas são apropriadas; o incenso é raro; e os ministros extraordinários leigos são usados na proclamação do Evangelho e, ordinariamente, na distribuição da Comunhão (contrariando a Ecclesiae de Mysterio). Exemplos de um claro desrespeito às normas litúrgicas e ao Ano da Eucaristia.
A Missa, em vários rincões da pátria, não é celebrada como deveria, como manda o Papa, como prescreve o Missal. E isso é fato! Não há o que discutir! Compare-se o texto oficial com o que é feito e tem-se o resultado.
Claro, todos dizem obedecer ao Santo Padre. Não passa disso, infelizmente. Forçoso é reconhecer que uma parte do clero desconhece ou não aplica a recente Redemptionis Sacramentum. É ela sumariamente ignorada, como se valor não tivesse. Aprovada pelo Papa, a maioria não a segue. De nada adianta falar em obediência. São precisos atos concretos. Quando o Papa manda x e se faz y, não se o está obedecendo. Não vale muita coisa dizermos que o amamos e protestarmos obediência, se não fazemos o que ele ordena. Será abençoado por Deus quem demonstrar seu amor à Eucaristia pela fidelidade às normas da Igreja (Cardeal Sales), e não às inovações das equipes de liturgia e dos párocos.
O discurso dê lugar à prática. É hora de estudarmos os documentos e corrigirmos as muitas falhas em nossas celebrações. Com urgência! Esse o meu apelo, essa a minha súplica.
5 comentários:
Muito bom. Parabéns.
Caro amigo em Cristo,
Com paciência e com coragem, os abusos irão diminuir. Tenho essa esperança. Rezemos por isso!
Um abraço,
Boa noite,
Por gentileza, faça uma análise das missas celebradas pelo Pe. Marcelo Rossi, tendo em vista as orientações deste excelente texto. Feita a análise, favor concluir se ele segue corretamente as orientações da Igreja.
Francisco A. Bruni Júnior
francbruni@yahoo.com.br
Saiu o Motu Proprio!
Amigo, vc já leu o livro "As Excelências da Santa Missa" de São Leonardo de Porto Mauricio, se ainda não teve oportunidade, leia é muito bom, excelente escrito por um grande Santo.
Pax Et Domine
Me add
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