quinta-feira, abril 27, 2006

Fundadas preocupações

Círculos de militares da reserva começam a disseminar boletins e opiniões que retratam preocupações quanto ao futuro da pátria. É sabido o receio que têm de uma eventual comunização do país, ao que não poucos – os quais talvez tenham a síndrome de Poliana, enxergando o mundo com suas lentes cor-de-rosa – respondem ser uma tolice.


Já ouvi em mais de um lugar qualificarem os alertas de nossos nobres militares como exagerados e reflexos de uma teoria da conspiração, colocando-os no mesmo saco das absurdas acusações da cúpula do PT quanto a um suposto estratagema “das elites”, que teriam inventado a história do mensalão no governo Lula para desestabilizá-lo. O que de verdade há nisso? Serão os pronunciamentos dos oficiais das Forças Armadas e das Polícias Militares insanas elucubrações, medos infundados, maluquice mesmo?

Não é o que mostra a realidade. Rápida consulta aos jornais e revistas, e breve observação dos acontecimentos, servem de base para que nos alertemos: de modo sutil e paulatino avança a revolução cultural comunista, sem ser por todos notada. E quando o é, os que deveriam engrossar o coro dos que a identificam (certa imprensa, os partidos ditos “de direita”), fazem-se de desentendidos. Mais fácil e menos comprometedor do que dizer publicamente que o que ocorre é parte de um plano socialista, é tachar tal denúncia de inverossímil.

Diante disso, vamos aos fatos. Como é corrente falar, eles não mentem.

Nunca antes, v.g., o MST e a CUT tiveram tanto poder. Aquele aumentando as invasões, marchando com o patrocínio do Estado e recebendo gordas “doações” de verbas públicas para manter sua luta indisfarçadamente comunista. Até seu discurso não é mais contra o latifúndio improdutivo, mas contra o latifúndio tão só, contra a noção de propriedade – eles, aliás, decidem o que deve ser plantado pelos outros, e os desobedientes sofrem as represálias com a destruição de culturas e pesquisas. A CUT, de outra sorte, conseguiu finalmente um assento na Esplanada dos Ministérios.

Enquanto isso, permanecem sérias restrições legais ao porte de armas pelo povo ordeiro (o desarmamento geralmente precedeu os golpes totalitários), e caminham a passos largos a reforma universitária (que não respeita os entes particulares – propriedade privada –, troca o mérito pelo paternalismo injusto das cotas, inverte as necessárias hierarquias nas faculdades, tornando-as dependentes dos ditos movimentos sociais), os intercâmbios espúrios com Cuba (a ABIN em estreita colaboração com a polícia política de Fidel Castro, o caso dos médicos cubanos sem concurso nem revalidação do diploma), os negócios sujos com a China comunista (reconhecida por Lula como “economia de mercado”, e da qual foram comprados tratores de duvidosa qualidade para doar ao MPA, ramo dos agro-socialistas), a antidemocrática violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo (em “punição” por apontar as mentiras do Ministro Palocci), a centralização do regime sob a dura batuta da ex-guerrilheira Dilma Roussef, a politização de setores do Judiciário, o vergonhoso aparelhamento do Estado, o ressurgimento da cartilha estatizante na economia, a tentativa de amordaçar a imprensa (alguém lembra do Conselho?), o crescente populismo de Lula ao estilo Hugo Chávez (e orgulhoso, como Evo Morales, de sua própria ignorância e falta de cultura erudita). Sem falar do uso da ABIN para arapongagem partidária e do financiamento da eleição de Lula por Cuba e pelas FARC, já noticiadas por Veja. Lembre-se, ainda, as chefias do INCRA ocupadas por integrantes do MST, o aumento de tributos em típico ataque à livre iniciativa, a já histórica aliança do PT com o PC do B (que conquistou a chefia da Câmara com Aldo Rebelo: nunca um comunista declarado, da atroz linha albanesa, esteve no terceiro cargo mais importante da República!), e os reais motivos do caixa dois petista: perpetuar-se no poder!

Some-se a isso a influência do Foro de São Paulo – clube dos grupos esquerdistas latino-americanos, do PC cubano aos zapatistas e às FARC –, e a realização de suas metas (“recuperar na América o que foi perdido no Leste Europeu”), entre as quais a guinada à esquerda no Brasil, Uruguai, Argentina, Bolívia e Chile, os quais, com Cuba e a Venezuela, formam um bloco coeso para a ascensão da foice, do martelo e da estrela.

Não devemos nos preocupar? Quem tem olhos para ver...

Um comentário:

Anônimo disse...

Rafael,
Excelente o alerta! E parabéns pelo cuidado na pesquisa dos dados que você nos traz!
Cordialmente,
Marina

Cân. 750 – § 1. Deve-se crer com fé divina e católica em tudo o que se contém na palavra de Deus escrita ou transmitida por Tradição, ou seja, no único depósito da fé confiado à Igreja, quando ao mesmo tempo é proposto como divinamente revelado quer pelo magistério solene da Igreja, quer pelo seu magistério ordinário e universal; isto é, o que se manifesta na adesão comum dos fiéis sob a condução do sagrado magistério; por conseguinte, todos têm a obrigação de evitar quaisquer doutrinas contrárias.

§ 2. Deve-se ainda firmemente aceitar e acreditar também em tudo o que é proposto de maneira definitiva pelo magistério da Igreja em matéria de fé e costumes, isto é, tudo o que se requer para conservar santamente e expor fielmente o depósito da fé; opõe-se, portanto, à doutrina da Igreja Católica quem rejeitar tais proposições consideradas definitivas.

Cân. 752 Não assentimento de fé, mas religioso obséquio de inteligência e vontade deve ser prestado à doutrina que o Sumo Pontífice ou o Colégio dos Bispos, ao exercerem o magistério autêntico, enunciam sobre a fé e os costumes, mesmo quando não tenham a intenção de proclamá-la por ato definitivo; portanto os fiéis procurem evitar tudo o que não esteja de acordo com ela.